Durante entrevista à Rádio Jornal na manhã desta terça-feira (7), o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (sem partido), afirmou que a privatização da Eletrobras está sendo usada como palanque político dos socialistas que não tem o que mostrar ao seu eleitorado em 2018. “Muita gente falando sobre a privatização da Eletrobras porque viu uma oportunidade de pegar um palanque político.

Está chegando perto da eleição, tem pouca coisa para poder mostrar ao seu eleitor e pegou um gancho de querer defender algo.

Aquela história: está ouvindo o galo cantando, mas sem saber onde está.

Ai sai falando muitas coisas que não conseguem comprovar com argumentos sólidos”, disse Fernando.

A questão de um eventual aumento da tarifa com a privatização é explorada pela Frente Parlamentares em Defesa da Chesf na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Quando a instauração da Frente na Câmara foi anunciada, o presidente Danilo Cabral (PSB) afirmou que de acordo com simulações da Aneel, a privatização da Eletrobras deve gerar um aumento de até 16,7% nos preços das tarifas de energia.

Aliados do PT, o PSB nada fez quando a Chesf foi prejudicada pelas medidas do governo Dilma.

LEIA TAMBÉM » União deve ficar com cerca de 40% da Eletrobras, diz Dyogo Oliveira » Danilo Cabral defende movimento jurídico para barrar privatização da Eletrobras » ‘Se privatizar a Eletrobrás, tomaremos de volta’, diz Ciro Gomes Questionado como pretende conseguir apoio dos governadores como Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco, e Fernando Pimentel (PT), de Minas Gerais, o ministro afirmou que a atitude dos políticos é mera política por serem oposição.

O socialista encabeçou uma carta para Michel Temer (PMDB) pedindo a suspensão da venda da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que seria, na proposta dele, separada da Eletrobras. “Boa parte dos governadores é declarada de oposição.

Eu respeito a posição deles.

A carta que os governadores do nordeste fizeram ao presidente traz uma sugestão que eu, particularmente, não conheço ainda na figura brasileira, que é criar uma única empresa blindando da influência política.

Eu não conheço nenhum órgão que possa estar dentro de um governo com um recurso fortalecido blindando a influência política”, disse.

O governo do presidente Temer tem dois projetos de privatização da estatal que estão prestes a serem enviados ao Congresso Nacional em caráter de urgência.

Para os projetos serem aprovados na Câmara dos Deputados, o governo precisa do apoio de 257 votos dos deputados.

Na entrevista, o ministro disse que tem trabalhado com as lideranças de partidos da base aliada para esclarecer todas as questões sobre as propostas e assim garantir apoio em que leve uma aprovação mais rápida possível. » Fernando Filho diz que proposta de privatização da Eletrobras vai para o Congresso este mês » Fernando Filho ignora criticas do PSB e defende desestatização da Eletrobras em Comissão do Senado e Câmara “A gente tem conseguido vitórias bastante expressivas para aprovar medidas importantes no Congresso.

A nossa expectativa é que, uma vez chegando na Câmara a gente possa ser apoio suficiente para essa votação”, contou.

Conta de energia mais cara O ministro aproveitou para dizer que o aumento na conta de energia dos brasileiros não tem nada a ver com a privatização da estatal.

Segundo ele, o aumento é decorrente dos problemas hídricos do País. “A questão hidrológica é uma coisa.

Se a gente tiver mais chuva, energia mais barata, se a gente tiver menos chuva, energia mais cara.

E não porque a Eletrobras é pública ou privada. É porque a gente tem uma energia hídrica ou energia termoelétrica que por si é uma energia mais cara.

Não é por causa da privatização”, explicou o ex-socialista. » Contra privatização, governadores do Nordeste propõem desvincular a Chesf da Eletrobras “Tenho convicção que a privatização vai trazer eficiência para Eletrobras, melhoria na governança na gestão e nós vamos tirar das costas do consumidor e tiremos uma energia mais barata”, completou o ministro.

Fernando Filho ainda afirmou que não cabe ao governo federal deter o controle da empresa. “Quando uma empresa vai mal e dá prejuízo, todos nós pagamos e sofremos com o custo disso.

Não é papel do governo ter uma empresa de energia nos tempos de hoje”, disse.

O ministro de Minas e Energia afirmou que com a privatização da Eletrobrás a conta da energia elétrica será reduzida a partir de 2019.

Os textos dos projetos de lei que serão enviados ao Congresso Nacional para permitir o processo de privatização preveem a divisão de recursos arrecadados com os novos os novos contratos da energia elétrica das usinas da estatal.

Um terço fica com a Eletrobrás e o outro terço será revertido para conter as altas tarifas de energia. “O governo vai abrir mão de parte dos recursos para que esses recursos possam abater os subsídios do setor elétrico que hoje são pagos por todos nós e isso é o que vai ajudar a partir de 2019 a gente ter uma redução na conta de energia para o consumidor residencial do Brasil”, contou o Fernando Filho em entrevista ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal nesta terça-feira (7).