A culpa é da esquerda Por Rodrigo Jungmann, Adunto II, Departamento de Filosofia, UFPE Como se sabe, houve lamentáveis cenas de agressões físicas depois de finda a exibição do documentário “O Jardim das Aflições”, do cineasta Josias Teófilo, acerca da vida e obra do filósofo conservador Olavo de Carvalho.
Em nota exarada no dia 28/10, a ASCOM não titubeou em dizer que “a Universidade é o lugar da diversidade, da pluralidade de ideias, e do respeito às diferenças, onde a existência de ideologias políticas opostas não pode ser catalisadora de agressões físicas ou verbais”.
Uma nota admirável, sem dúvida!
Ou não, como diria Caetano…
Ora, com todo respeito ao redatores da nota e a seus inspiradores, vou-me permitir colocar em dúvida a sinceridade dos nobres sentimentos nela expressos.
O que a nota não diz, nem diria em um milhão de anos, é que a violência nos corredores do CFCH, naquele impressionante dia 27/10, partiu de grupelhos de esquerda, notadamente de um certo “Comitê de Luta contra o Golpe”, associado ao PCO, o Partido da Causa Operária.
Disso deram prova cabal o vídeo imediatamente veiculado pela reportagem do Jornal do Commercio e todo um conjunto probatório adicional que convido os leitores do prestigiado blog do Jamildo a checar nos anexos.
Nestes, patenteia-se, de resto, a repulsa da militância estudantil de esquerda a esse modestíssimo servidor público que lhes escreve.
Acerca da minha pessoa, acrescente-se, grupos e indivíduos de esquerda têm afirmado, sem a mais remota sombra de prova, que eu havia convocado para a exibição hordas de skinheads que teriam tido uma postura intimidatória diante dos esquerdistas reunidos para assistir um evento realizado do lado de fora do centro em protesto contra a exibição de o “Jardim das Aflições”. É mentira.
Não convoquei ninguém.
Nem me consta que lá houvesse algum skinhead.
De toda sorte, o ônus da prova é de quem acusa.
Não direi mais uma palavra sobre essas idiotices.
E, já que falei logo acima de mim mesmo, espero que o exame detido do que tem sido a minha trajetória pessoal de mais de um ano a esta parte sirva de cabal reprimenda ao tom de falsa equivalência implícito nas nota acima referida, que pode dar a entender aos desavisados que os culpados estão de ambos os lados.
Com efeito, é de lamentar que a UFPE se mostre tão enamorada do pluralismo de ideias só depois do vexame nacional a que foi submetida.
Fico a pensar com os meus botões onde estava esse apreço ao pluralismo quando, em maio de 2016, um evento sobre Marxismo Cultural, proposto por alguns alunos e prontamente encampado por mim, foi intempestivamente interrompido por uma docente do departamento de antropologia e seus apoiadores, pelo simples motivo de que não toleraram críticas ao pensamento de esquerda.
Não recebi dos meus pares, a propósito, qualquer apoio claro ou solidariedade digna de nota.
A ocorrência foi amplamente divulgada à época no blog de Rodrigo Constantino, entre outros veículos.
Tampouco me consta que a Universidade tenha lamentado que um sem-número de alunos houvessem me xingado de fascista para baixo quando cometi o “crime” de defender Israel em debate com o cartunista Carlos Latuff, entusiasta da causa palestina.
O debate foi filmado e está disponível no YouTube. É bem verdade que não posso culpar a UFPE pelo fato de, não muito tempo depois, ter sido escorraçado aos gritos de “Fascista!” (vide YouTube) da Faculdade de Filosofia de Caruaru por ter defendido o projeto Escola sem Partido, ocasião em que, dado o totalitarismo de esquerda vigente nas universidades brasileiras, um microfone me foi literalmente arrancado das mãos por ter cometido a ousadia suprema de criticar Paulo Freire.
Céus, que ingenuidade a minha a de pensar que ninguém é incriticável!
Para remate da história, por obra e graça de uma Reitoria omissa e de um corpo docente que tem por vezes o mau hábito de incitar os seus alunos à prática de ações ilegais, sempre em nome do “bem” e da “justiça social”, segundo insistem, no mês de dezembro do Ano da Graça de 2016, no contexto da invasão do CFCH por estudantes de esquerda, tive minha sala depredada, meus livros em português roubados, minhas estantes postas no chão, minhas paredes pichadas com inscrições mimosas como “Burguês de M”, “Stalin matou pouco” e outras gracinhas.
A propósito, não vou vou chamar invasões ilegais de “ocupações”.
Literalmente, não me presto a esse papel grotesco.
A isso responderão meus críticos que estou sendo injusto. É bem verdade que o Sr.
Reitor não se dignou a me mandar um e-mail lamentando o ocorrido ou a me dar um telefonema. É bem verdade que o Prof.
Michel Zaidan à época se limitou a me chamar de representante da direita e a aludir, com a sua habitual agudeza de espírito, ao fato de que sou um Jungmann, bastando aos seus leitores que tirassem as devidas conclusões relevantíssimas dessa observação tão relevante…
Mas, dirão, o que importa tudo isso?
Não foi verdade que, ao menos para consumo público, Reitoria e corpo docente lamentaram as depredações? (Se falo de “consumo público”, é por saber de ciência certa que certos docentes “relativizaram” a gravidade do ocorrido diante de seus alunos).
Ocorre que, à luz da omissão da Reitoria e do fato incontornável do clima de ódio e intolerância ao pensamento conservador no ambiente acadêmico brasileiro, não há como separar criatura de criador.
Não dá para fingir que esses monstrengos radicais se deformaram por conta própria.
Não há como negar que essas crias ligadas a Comitês e porcarias análogas foram devidamente paridas por um meio acadêmico, se me permitirem o neologismo, esquerdogênico e comunogênico.
Aos amantes do “deixa disso”, aos cultuadores de falsas equivalências, aos pusilânimes em geral, para não mencionar os radicais declarados, recordo o fato de que nas universidades brasileiras, ano após ano, e no decorrer do ano todo, são realizados incontáveis eventos de esquerda, sem que se lhes oponha qualquer empecilho.
Com efeito, agora mesmo, celebra-se o centenário da Revolução Russa.
Não me consta que, na UFPE, um único evento esquerdista ou de apologia ao pensamento comunista tenha sido invadido por liberais ou conservadores.
Naturalmente, a esquerda, seguindo um hábito “mais velho que a fome” como nos lembra o dito popular, hábito, aliás, também mais velho do que a Fome Ucraniana causada pelos comunistas, gosta de colocar as coisas em termos bem diversos.
Aos esquerdistas, para se sentirem justificados, basta-lhes chamar seus oponentes conservadores e liberais de fascistas e nazistas, numa estupidez inqualificável, que seria um tantinho menos estúpida e um tantinho menos inqualificável se eles, quando instados e desafiados a fazê-lo, apresentassem um único miserável argumento em defesa de tão patética acusação.
Mas isso não me espanta.
Via de regra, esquerdista não debate.
Proclama.
Não argumenta.
Cobre o objeto de seu ódio de adjetivos insultuosos. É só na cabeça dos tolos que essa bobageira sem fim pode passar por argumentação racional.
Em razão do exposto, que se tornará tanto mais persuasivo quando cotejado com os anexos aqui coligidos sob a forma de prints, seja-me permitido concluir que o que faltou à insossa nota da ASCOM foi a admissão de uma verdade muito simples: a culpa foi da esquerda.
Como, de resto, quase sempre.