Alvo de críticas do PT pela proposta de mudança no local e nas datas do concurso de agremiações do Carnaval de 2018, a Prefeitura do Recife afirmou que esse é um pleito dos próprios grupos que vem de governos anteriores.
O secretário-executivo de Cultura, Eduardo Vasconcelos, explicou que os grupos pediam que o evento fosse transferido para mais perto do Marco Zero, polo principal da festa, para ganhar mais visibilidade.
A proposta é de que o desfile deixe a Avenida Nossa Senhora do Carmo, em São José, e passe a ser na Avenida Alfredo Lisboa, no Bairro do Recife, em trecho próximo ao Marco Zero até o Forte do Brum.
O concurso deixaria de ser durante o Carnaval para ser na semana pré-carnavalesca, para que não concorresse com outras atrações, segundo a gestão.
Vasconcelos enfatizou que as trocas ainda não foram definidas e só serão concretizadas se houver consenso.
LEIA TAMBÉM » PT usa o Carnaval para atacar Geraldo Julio Segundo o secretário, as agremiações começaram a cobrar a mudança em 2015, no meio do primeiro mandato do prefeito Geraldo Julio (PSB), mas já haviam feito a mesma reivindicação antes. “Não sei se as gestões passadas não quiseram discutir esse tema”, alfinetou o auxiliar do socialista.
Os prefeitos anteriores foram João da Costa e João Paulo, ambos do PT - que na época era aliado do PSB. “Os próprios brincantes e agremiações queriam que colocasse mais próximo do Marco Zero, porque é o palco da visibilidade.
Este ano decidimos conversar, escutar, colocar pauta na rua.
Não foi a Secretaria de Cultura que disse que iria trocar o local.” Vasconcelos explicou que as agremiações pediam mais protagonismo no Carnaval, melhorias na iluminação, mais espaço para acomodar o transporte que leva os grupos ao concurso e para que pudessem se organizar antes e depois dos desfiles.
De acordo com o secretário, após ouvir os pedidos das agremiações, a prefeitura passou a buscar um local que se adequasse às solicitações, como a Rua do Sol, a Rua da Aurora e o Cais José Estelita.
Porém, esbarraram, além da questão do espaço, na necessidade de autorização dos órgãos de segurança.
A área por onde passa o Galo da Madrugada, por exemplo, não acomodaria outro evento. “O prefeito sempre frisa que segurança vem em primeiro lugar”, afirmou Vasconcelos.
O secretário defende que nas reuniões com as agremiações a proposta considerada mais adequada - da Avenida Alfredo Lisboa - tem tido repercussão positiva.
Haverá um novo encontro na próxima segunda-feira (6), mas ainda não há previsão de bater o martelo sobre as mudanças no concurso de agremiações. “O pedido do prefeito é de que o que fosse feito não fosse decisão da secretaria nem da prefeitura, mas em conjunto”, disse. “Estamos respeitando a opinião e a questão religiosa, que são direitos, não fazendo de uma forma unilateral.
O objetivo é a valorização do concurso.” Crítica do PT O Partido dos Trabalhadores é contra a possível mudança na data do concurso, afirmando que teria que ser mantido durante o Carnaval e não na semana pré. “Não bastando a crescente falta de apoio que assola as agremiações, ano após ano, retirá-las da visibilidade dos dias de Carnaval é considerá-las manifestações de segunda categoria e jogá-las num ostracismo impensável para clubes, maracatus e caboclinhos históricos, entre outros.
Essas manifestações, algumas delas patrimônio imaterial estadual, nacional e da humanidade, precisam ser valorizadas, ocupando a área central da cidade, nos dias de Carnaval.”