O Movimento Acredito, espécie de ‘MBL progresista’, realizou, em parceria com a Ideia Big Data, uma pesquisa de opinião sobre valores e posicionamentos da sociedade brasileira.

O levantamento ocorreu no mês de outubro, com uma amostra de 2000 entrevistados por telefone em todo o País.

Segundo os organizadores, em sua maioria, as respostas dão sinais de que vale a pena acreditar no Brasil e na política.

Para 55% dos entrevistados as democracias conseguem combater mais efetivamente a corrupção, frente a 22% sinalizando pelas ditaduras militares.

Já na questão do combate a violência 46% acreditam no sistema democrático contra 32% dos que têm preferência por regimes ditatoriais.

Notam-se respostas mais “pró-democracia” entre mulheres e jovens. “O brasileiro ainda acredita que o caminho é pela política.

Isso é bom.

Apesar das crises e turbulências da nossa jovem democracia há um sentimento compartilhado de que é com mais e não menos participação que teremos uma democracia mais efetiva.

Esse sentimento, principalmente entre os jovens, nos dá esperança de superar essa crise muito em breve.” diz Felipe Oriá, co-fundador e líder do Acredito no Estado de Pernambuco.

Igualdade de oportunidades Em relação ao sucesso profissional, 76% responderam que este depende de uma combinação de esforço pessoal e acesso a oportunidades, enquanto apenas 19% disseram que ele dependia quase totalmente do esforço pessoal. “O brasileiro parece entender que a combinação entre a igualdade de oportunidades e meritocracia é o melhor caminho para alcançar o sucesso pessoal.

O nosso maior desafio é reduzir a grande desigualdade de oportunidades que temos hoje no país.” diz Felipe Oriá. 80% dos entrevistados concordaram que o País só será justo quando oferecer igualdade de oportunidades a todos, independente de gênero, raça, orientação sexual, crenças e local de nascimento.

E 88% concordam que investir em educação pública de qualidade é o melhor caminho para diminuir a desigualdade.

Mais da metade acredita que negros têm menos acesso a oportunidades que brancos, mesmo na mesma faixa de renda. sustentabilidade e redução da desigualdade O crescimento da economia não deve vir a qualquer custo.

Para 60% dos entrevistados, este não deve ser prioridade a ponto de acontecer com aumento da desigualdade.

Uma taxa ainda maior (77%) discorda de que o crescimento deve ocorrer à custa do meio ambiente.

Corrupção e violência Na avaliação dos organizadores, a indignação frente à corrupção e violência pode estar ligada a alguns posicionamentos mais conservadores.

Para 63% o problema da segurança so´ será resolvido com penas mais duras e violentas contra os violadores das leis.

Apesar disso, 79% concordam que o combate à violência deve ser feito com inteligência e prevencão, e não apenas com repressão.

Para 49% da pessoas, o combate a corrupcão deve ser prioridade no País, mesmo se trouxer medidas que diminuam liberdades e direitos individuais - acendendo um alerta.

Nunca ouviu falar?

O movimento foi fundado por brasileiros de diferentes regiões do Brasil, alguns com passagens por universidades do país e do exterior, e diz que planeja ajudar, por meio de divulgação e elaboração de conteúdo, candidaturas que representem “renovação política” a partir das eleições de 2018.

O movimento tem apoio da Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), criada pelo empresário Guilherme Leal, da Natura, e de outras fundações.

Leal foi candidato a vice de Marina Silva (hoje Rede, à época PV) em 2010. À frente do Acredito estão o professor Felipe Oriá, o consultor José Frederico Lyra e a pesquisadora Tábata Pontes.

Para 2018, o movimento diz que deve apoiar candidatos que nunca tiveram mandato e queiram concorrer a deputado federal ou estadual.

Eles divulgam que a atual insatisfação com a política “está sendo captada por movimentos mais radicais” e existe a necessidade de “um movimento mais progressista, com um projeto de médio prazo, para fazer a renovação não do jeito mais fácil, mas do jeito certo”.