A Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) divulgou nota em seu site repudiando as agressões verbais do ator Alexandre Frota contra um juiz, após ficar inconformado com uma decisão judicial.

Em vídeo, Frota afirmou que foi “julgado por um juiz ativista, do movimento gay”. “Ele não julgou com a cabeça, julgou com a bunda”, afirmou o ator.

No entanto, sem mencionar nomes, a nota repudia “os ataques absolutamente descabidos desferidos por um ator com grande número de seguidores em mídias sociais, e a seguir reproduzidos pela imprensa, contra um respeitado magistrado paulista”.

LEIA TAMBÉM » Ex-ministra de Dilma vence Alexandre Frota em segundo grau A associação informou que vai oferecer ao magistrado ofendido o suporte necessário para cessar os ataques e reparar a sua honra e dignidade.

Também afirmou estranhar que “as agressões descabidas e os termos chulos e preconceituosos” ganhem projeção em respeitados veículos de comunicação”.

E informou que vai propor investigações e ações judiciais “para coibir as flagrantes práticas criminosas, como a difusão de crimes de ódio e preconceito”.

Alexandre Frota perdeu um processo por danos orais contra a ex-ministra Eleonora Menicucci, que comandou a Secretaria de Política para as Mulheres no governo Dilma Rousseff.

Em 2016, Menicucci criticou o ministro da Educação, Mendonça Filho, por receber o ator para uma reunião. » Alexandre Frota processa ex-ministra de Dilma Rousseff A ex-ministra disse que o ator “não só já assumiu ter estuprado mas também faz apologia do estupro”, fazendo referência sobre as declarações dele a um programa de TV em que relatava relações não consentidas com uma mãe de santo.

No julgamento na primeira instância, a juíza condenou Eleonora a pagar R$ 10 mil a Frota.

No entanto, no julgamento do recurso no último dia 24, ficou decidido que a ex-ministra apenas exerceu seu direito de crítica.

Cabe recurso da decisão.

Veja a nota: Nota Oficial da APAMAGIS sobre comentários contra respeitado magistrado paulista “A APAMAGIS – Associação Paulista de Magistrados vem a público repudiar os ataques absolutamente descabidos desferidos por um ator com grande número de seguidores em mídias sociais, e a seguir reproduzidos pela imprensa, contra um respeitado magistrado paulista.

As ofensas foram perpetradas por uma pessoa de projeção nacional que não se conformou com decisão extremamente bem fundamentada e cercada de todas as garantias processuais.

Não custa lembrar que as partes possuem o direito de não concordar e até mesmo se insurgir contra os atos judiciais, dentro dos limites previstos na Constituição Federal.

Causa perplexidade, no entanto, que as agressões descabidas e os termos chulos e preconceituosos ainda ganhem projeção em respeitados veículos de comunicação, que deveriam dar ao ofensor aquilo que merece: o ostracismo.

De outro lado, a APAMAGIS, como sempre o fez, oferecerá ao magistrado ofendido o suporte necessário para que ingresse com as medidas necessárias para cessar os ataques e reparar a sua honra e dignidade.

A entidade também envidará esforços para que as autoridades competentes procedam as investigações e ações judiciais necessárias para coibir as flagrantes práticas criminosas, como a difusão de crimes de ódio e preconceito.

São Paulo, 25 de outubro de 2017.

Oscild de Lima Junior” Com informações da Folha de S.

Paulo