O discurso, a ação e a indignação Por Paulo Vieira, publicitário no Recife, em artigo enviado ao Blog de Jamildo O professor Marcos Meira, em seu discurso de posse como Diretor da Faculdade de Ciências da Administração da Universidade de Pernambuco – UPE, dizia que “Em toda minha vida, duas coisas têm sido uma constante: uma é o acaso, a outra é que, quando surgem os desafios, mergulho de cabeça, me envolvo e me dou por inteiro, seja para resolver um problema, executar uma tarefa ou assumir uma missão.” Não nos parece.
Inicialmente, o professor deveria ter trocado o que chama de “acaso”, por “ocaso” que, no sentido figurado, significa fase de decadência ou fim ou ainda define o período que antecede o fim de um acontecimento, de uma carreira.
Quando cita que ao surgirem os desafios e mergulha de cabeça, cria traumas senão em si, nos outros.
Quando afirma que se dá por inteiro, desrespeita o outro como se fosse suficiente para resolver um problema, executar uma tarefa ou assumir uma missão.
Não é.
Um aluno, interessado em seguir a carreira no magistério, procurou seu professor para falar sobre um tema escolhido, exercício bastante comum nas faculdades.
O aluno pesquisou, preparou-se e produziu a apresentação com muita alegria.
O dia lhe seria especial e inesquecível.
Poderia contar como exemplo, mais tarde, aos alunos que sonha em ensinar.
Não foi assim.
O tal diretor passando pelo corredor chamou o professor e exigiu que a apresentação fosse interrompida.
O professor ainda tentou defender a oportunidade que dava ao aluno, mas o diretor foi irredutível: Pare já!
Mergulhou de cabeça como afirma em seu discurso, e pode ter quebrado a cara.
Como se não bastasse, chamou o aluno ao seu gabinete e lhe deu uma forte e deselegante reprimenda.
O fato criou entre os amigos e familiares do aluno indignação e revolta que eu, como pai, registro aqui, na esperança de que fatos com tamanha soberba, arrogância e prepotência não contaminem os jovens que pretendem, no futuro, um discurso igual ao do diretor, mas que vá além do discurso para repousar em ações onde possam superar os desafios, mergulhar de cabeça, envolver-se e se dar por inteiro seja para resolver um problema, executar uma tarefa ou assumir uma missão.
E crie menos indignação entre as pessoas de bem.
PS do Blog: com a palavra a UPE