Implantação de um sistema nacional de segurança pública e de um plano para o País foram duas das nove propostas apresentadas em uma carta ao governo Michel Temer (PMDB) assinada por representantes dos estados e entregue a ministros como Raul Jungmann (Defesa) nesta sexta-feira (27), em reunião no Acre.

Os governadores também cobraram liberações emergenciais de até 75% dos recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) ainda este ano, valor que pode chegar até R$ 900 milhões.

Para 2018, o pedido é de até 45% do quanto lançado no orçamento, dependendo da arrecadação.

O objetivo é de ampliar presídios e fortalecer os sistemas prisionais, integrando a ações de inteligência policial.

LEIA TAMBÉM » Pacto pela Vida tem o pior resultado em setembro desde 2010; são mais de 4 mil mortes no ano » Confusão encerra debate sobre Pacto pela Vida na Assembleia Legislativa » Oposição ignora confusão e lista propostas para o Pacto pela Vida Um dos governadores que assinaram o documento foi o de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

Em oposição ao governo Temer, o socialista reivindicou maior controle das fronteiras. “Não existe explicação razoável para o fato de o governo federal reduzir em mais de 50%, entre 2016 e 2017, o efetivo das Forças Armadas para coibir o crime nas nossas fronteiras”, afirmou. “Com drogas e armamento pesado entrando com facilidade, o trabalho dos Estados é dificultado ainda mais.” Pernambuco vive uma crise na segurança pública, com os maiores índices de homicídios em sete anos.

O crescimento começou em 2014, quando Paulo Câmara foi eleito e os dois últimos meses foram os piores desde 2010. “O crack já não está restrito apenas às grandes cidades.

E cerca de 70% dos homicídios cometidos em Pernambuco decorrem do tráfico”, disse. » Marca de Paulo Câmara é falta de compromisso com Pacto pela Vida, diz Silvio » Jungmann diz que segurança deve ser tema central das eleições em 2018 » Antônio de Pádua defende fundo para financiar segurança pública Para o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), nenhum governo brasileiro fez um plano para a segurança pública. “Na saúde, educação, bom ou ruim, nós temos políticas nacionais definidas.

Pagamos por isso. É preciso chamar o Congresso Nacional e rever a legislação que nós temos hoje”, defendeu.

O petista atribuiu a responsabilidade ao Judiciário. “Os estados brasileiros têm procurado, com todo o esforço, fazer a sua parte.

Dificilmente os governadores aqui presentes não aumentaram seus investimentos na área de Segurança.

Mas também precisamos trazer o Judiciário para a mesa”, afirmou.

Há uma sensação de impunidade.

O criminoso mata porque acha que não vai dar em nada.

No Ceará, por exemplo, nós aprovamos uma lei que proibia o sinal de celular dentro dos presídios cearenses e o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou alegando que o Estado não tinha capacidade de legislar sobre isso." » Se Cármen Lúcia fez pergunta sobre violência, mostra desconhecimento, rebate secretário » Por que PE tem uma violência tão superior ao Nordeste?, questiona Cármen Lúcia a secretário » Pedro Eurico leva bronca de Cármen Lúcia e promete presídios, mas superlotação continua A carta dos governadores pede ainda a criação de uma força-tarefa integrada contra a fragilidade das fronteiras, para o combate ao narcotráfico, tráfico de armas e munições; a integração das atividades de inteligência e informações dos governos estaduais e federal; o fortalecimento da cooperação internacional em toda a faixa de fronteira; e a integração dos programas de segurança aos sociais.

Leia a carta Governadores pedem R$ 900 mi para presídios ainda este ano from Portal NE10