Estadão Conteúdo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (27), em Montes Claros, norte de Minas, que uma possível candidatura do prefeito de São Paulo, João Doria, ao Palácio do Planalto em 2018 é um problema para o governador Geraldo Alckmin, “seu criador”.
Segundo o petista, “está cheio de político” que se elege prefeito da capital, depois percebe que os problemas da cidade são grandes e “tira o cavalinho da chuva” para se candidatar a outro cargo.
Questionado se Doria seria uma ameaça à sua possível candidatura, Lula respondeu que o prefeito seria uma ameaça “ao Alckmin, não a mim”.
LEIA TAMBÉM » Em Milão, Doria elogia MBL, rejeita ‘rótulo’ de direita e defende suas viagens » ‘É uma maratona, se disputa metro a metro’, diz Doria, sobre eleição » Doria tenta distanciar sua imagem de Bolsonaro “Acho que o Doria só tem um problema: ele tem que governar São Paulo.
Esse negócio de ser eleito prefeito de São Paulo, e ter medo de administrar São Paulo, e sair com um ano e quatro meses de mandato, ou seja, fugir do cargo, porque já aconteceu também na história.
O Serra fez isso.
O Jânio Quadros fez isso.
Tá cheio de político que se elege prefeito de São Paulo, com o compromisso de administrar São Paulo por quatro anos, depois percebe que os problemas de São Paulo são muito grandes, mas muito grandes mesmo, e aí as pessoas tiram o cavalinho da chuva para ser candidato a senador, pra ser candidato a governador, pra ser candidato a presidente”, disse.
Lula, que completa 72 anos nesta sexta, está em Montes Claros, um dos destinos da caravana que realiza pelo Estado, e visita nesta tarde a Coteminas, empresa da família de José Alencar, seu vice nos dois mandatos como presidente da República, morto em 2011.
Lula falou na cidade à Rádio Itatiaia.
Ele classificou os comportamentos de Doria como “um erro”: “Agora, ele (Doria) não me causa nenhum problema.
Ele pode ser candidato.
Ele vai causar problema é pro Alckmin, que é o seu criador”.
O prefeito de São Paulo e o governador do Estado disputam internamente no partido quem será o nome da legenda na disputa da Presidência da República no ano que vem.
Coligações O ex-presidente falou ainda das alianças que precisam ser feitas no Brasil, passando pelo Congresso, para que se possa governar o País. “Seria maravilhoso depois das eleições fossem 513 anjos na Câmara dos Deputados, mais 81 anjos dentro do Senado, pessoas perfeitas, mas não é assim.
Cada um tem seus defeitos, cada um tem seus compromissos, tem seu partido, a sua prática.
Muitas vezes um senador, um deputado, coloca uma faca nas costas, no peito de quem tá governando para exigir a mudança numa lei.
Mas é assim.
Faz parte do processo democrático”.