O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) disse que, ‘mesmo escapando da investigação das denúncias’, após a votação realizada na noite desta quarta-feira (25) na Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer (PMDB) estará longe de ter o que comemorar, pois, na sua avaliação como oposicionista, sai ainda mais enfraquecido perante a opinião pública brasileira e sem força política para encaminhar projetos no Congresso Nacional.

A Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira (25) a autorização para o Supremo Tribunal Federal (STF) processar, por crime comum, o presidente Michel Temer.

O processo ficará parado até o fim do mandato, em 2018.

O relatório recebeu 251 votos favoráveis, 233 contrários, e duas abstenções, no total de 486 votantes.

Seriam necessários 342 votos contrários ao relatório para autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a processar o presidente Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). “O resultado era esperado.

Parte do parlamento se deixa influenciar por favorecimentos pessoais, sem levar em consideração o desejo dos eleitores.

Mesmo livre da investigação, Michel Temer terá agora um papel meramente decorativo, sem força política para intervir na agenda do Congresso Nacional, que ficará a cargo de Rodrigo Maia”, afirmou o parlamentar pernambucano.

Tadeu disse que Temer carregará somente o cargo de presidente, mas sem a autoridade política necessária para tomar decisões, sem credibilidade para governar o país. “Ele não terá força política para aprovar reformas constitucionais, por exemplo.

Temer sairá da presidência carregando a impopularidade de grande maioria da população.

Duas denúncias em menos de 90 dias provam que esse governo não tem o que comemorar.

Ele não está morto, mas está ferido de morte e irá se arrastar como governo até 2018, sem nenhuma capacidade de interferir na sucessão presidencial”, disse.

Tadeu Alencar disse que Temer enfrentará a oposição ‘firme’ de legendas como o PSB, que estaria mais fortalecido com a recente saída dos representantes que divergiam ideologicamente do partido. “Estou ciente de que cumprimos nosso dever, tomamos a decisão da maioria da população e a orientação do nosso partido, o PSB, que segue sua trajetória de não se alinhar à pautas conservadoras”, afirmou.

Luciana Santos A deputada Luciana Santos foi uma das parlamentares que votou pelo prosseguimento da denúncia e para que Temer fosse processado. “Voto não a Temer!

Não à impunidade!

Não à Liquidação do País!

Voto pela coragem e pela esperança!

Faz escuro, mas eu canto!

Vai ter luta!” “A despeito das provas apresentadas, esta é a segunda denúncia rejeitada pelos deputados. É um absurdo o que estamos vivendo nesse país.

A votação de hoje foi uma apologia à impunidade e a deslealdade com os interesses do povo brasileiro”, disse, ao avaliar o resultado.

Conforme orientações de voto das bancadas votaram favoráveis ao relatório: PMDB, PP, PSD, PR, DEM, PTB, PRB, PSD, SD, PSC, PEN.

Contra o relatório e pelo prosseguimento da denúncia votaram: PT, PSB, PDT, PCdoB, PPS, PHS, PSOL, Rede.

O PSDB, Podemos e PV liberaram suas bancadas.

Na primeira denúncia por corrupção passiva, o parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomendava o arquivamento da acusação formal feita pela Procuradoria-Geral da República, recebeu 263 votos favoráveis, 227 contrários.

Foram registradas 19 ausências e 2 abstenções.