O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), admitiu nesta quarta-feira (25), em pronunciamento na Casa, que a denúncia contra Michel Temer (PMDB) deve ser derrubada.
Parlamentares contrários ao presidente obstruíram a votação por sete horas, mas, por volta das 17h (horário de Brasília), o quórum de 342 foi atingido e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já irritado, deu início à votação.
LEIA TAMBÉM » Temer está em repouso, passa bem e deverá ter alta nesta quarta, diz Planalto » Excesso de trabalho prejudicou saúde de Temer, diz Raimundo Lira » No dia da votação da denúncia, Temer é levado para hospital » Mais da metade do PSDB declara voto contra Temer “Nesta tarde, a Câmara dos Deputados com certeza, se vier a se reunir, não irá autorizar a sua investigação, a sua devassa para que se passem a limpo as condutas criminosas de que é acusado.
Mas aquela Casa pode, uma vez mais, se vender por vantagens oferecidas pelo Planalto”, afirmou o petista. “A Câmara dos Deputados, dessa forma, poderá dar uma banana na cara do Brasil, mandar às favas a unânime rejeição popular a Michel Temer e chancelar a cultura da impunidade dos poderosos ao se recusar a investigar, como deseja o povo brasileiro, um criminoso que se sustenta no cargo à custa de verbas, de emendas, de cargos públicos, de renúncia fiscal e do perdão de dívidas bilionárias, com os quais compra descaradamente apoio parlamentar, cometendo toda essa traficância a céu aberto.” O pernambucano acusou Temer de liberar R$ 32 bilhões para “comprar” votos. “Desavergonhadamente, um volume monstruoso de emendas parlamentares tem sido liberado para os aliados do presidente, enquanto aqueles que se opõem a ele têm tido as suas contingenciadas.
Depois, vem o Congresso Nacional falar de independência entre Poderes, um Congresso que se ajoelha diante do Executivo como um cachorro que abana o rabo ao dono”, disse. » Denúncia contra Temer “atinge classe política” e não tem provas, diz relator tucano » Custo de denúncias contra Temer alcança R$ 32,1 bilhões » STF nega pedido para suspender votação de denúncia; Maia não vai fatiar » Certo da rejeição da 2ª denúncia, Planalto investe em ‘página virada’ Humberto Costa afirmou que PMDB e PSDB de entrarem em acordo mútuo.
Para ele, peemedebistas salvaram o tucano Aécio Neves (MG) no Senado, enquanto ajudariam Temer na Câmara.
Um grupo de 23 deputados do PSDB, dos 44 da bancada, afirmou mais cedo que votaria contra o presidente.
Para o oposicionista, mesmo vencendo na Câmara nesta quarta-feira, “o governo acabou”. “Para usar uma expressão vinda da língua inglesa, Temer vai virar um “pato manco”, um sujeito que pode até permanecer no cargo, mas não terá mais qualquer influência política, porque só se pensará no próximo mandatário”, afirmou. “As contas públicas estão em frangalhos, vítimas da inconsequência dos gastos desenfreados desse cidadão de faixa presidencial para comprar a própria salvação.”