Condenado na Lava Jato, o ex-presidente Lula (PT) afirmou que doaria os apartamentos no Guarujá e em São Bernardo do Campo e o sítio em Atibaia, em São Paulo, se a Justiça provar que são seus.

Em discurso na Ocupação Povo Sem Medo, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, nesse sábado (21), negou que lhe pertençam os imóveis atribuídos a ele nas investigações da operação.

Lula afirmou que Guilherme Boulos, líder do MTST, deveria escrever ao juiz Sérgio Moro, que o condenou. “Se o apartamento for meu, ele pode doar para o MTST”, disse o ex-presidente. “Se eles provarem que é minha, será de vocês a chácara de Atibaia também.

Estejam preparados porque vocês podem ganhar dois apartamentos e uma chácara. É só provar que é meu que será de vocês.” LEIA TAMBÉM » Após viagem pelo Nordeste, Lula visita redutos do PT em Minas » Em delação, Pedro Corrêa diz que Lula forçou nomeação de Paulo Roberto Costa » ‘Insistência’ em tirar Lula de eleição ajuda Bolsonaro, diz Renan » Decisão da ONU sobre Lula fica para 2018 O petista voltou a alegar que tem sido alvo de uma perseguição por causa das eleições de 2018, quando deve voltar a disputar o Palácio do Planalto. À frente nas pesquisas, Lula pode ficar de fora se a condenação for mantida em segunda instância, o que o enquadraria na Lei da Ficha Limpa.

Ele foi sentenciado a nove anos e seis meses de prisão sob a acusação de ter recebido R$ 2,4 milhões em vantagens ilícitas da empreiteira OAS através de um apartamento no Edifício Solaris, no Guarujá, no litoral de São Paulo. » Fachin rejeita ação de Lula que pedia anulação de grampos autorizados por Moro » ‘Lascado’, Lula diz ter força como ‘cabo eleitoral’ » Procuradoria pede aumento de pena para Lula no caso triplex » “Eu gostaria que Lula não fosse impedido de ser candidato”, diz José Múcio Monteiro Há mais cinco processos contra o ex-presidente.

Em um deles Lula é acusado de receber vantagem indevida da Odebrecht – R$ 700 mil – e da OAS – R$ 170 mil – através de reformas em um sítio em Atibaia.

O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, ainda teria pago R$ 150.500.

No discurso na ocupação, o petista reforçou que a propriedade é de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas que é seu correligionário e amigo.

Outra ação apura a venda do apartamento vizinho ao que ele mora em São Bernardo do Campo.

Para os investigadores, a compra teria sido em nome de um “laranja” para Lula. “Eu jamais teria coragem de contar uma mentira para vocês”, afirmou.

Ocupação No discurso, Lula acusou o presidente Michel Temer (PMDB) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de fazerem “ouvidos moucos” para os manifestantes e defendeu que o poder público compre o terreno onde eles estão acampados há cerca de 50 dias reivindicando moradia digna.

Os ocupantes pedem a construção de habitações populares. “Político em ano de eleição cumprimenta até aqueles bonecos de borracharia pensando que é eleitor.

Agora, a classe política não deveria estar preocupada com outra coisa que não conversar e comprar esse terreno.”