O ex-ministro da Cultura do governo Lula Gilberto Gil concedeu entrevista ao programa 20 minutos, da TV Jornal, com o cientista político Antônio Lavareda, neste sábado.
Gil falou sobre reforma política, eleições 2018, candidaturas, redes sociais e a escalada do ódio, politica de drogas e arte.
Veja abaixo um resumo das declarações.
Reforma Política “Acho que o próprio sistema vai ter que rever as suas próprias configurações.” “Uma Reforma Política vai ter que ser encarada com seriedade logo depois das eleições, até pela questão da própria governabilidade.” “A sociedade e o próprio sistema político, a economia, estão fazendo novas exigências” Eleições de 2018 “Venha mais a esquerda, venha mais a direita, todos têm que encontrar a convergência, um equilíbrio, um caminho pelo meio.” “Um candidato que vai ganhar mais fôlego, mais aprovação, vai ser um candidato que venha propondo as coisas pelo centro” “Essa convergência é fundamental no mundo hoje” “Programas sociais, melhor distribuição de renda chegaram para a história do mundo e são irreversíveis.” Redes sociais e escalada do ódio “Pessoalmente lido no sentido da neutralização dessa escalada de ódio que, por vezes, é promovida pelas redes sociais.
Através da minha meditação, das minhas reservas de tolerância, de compreensão, de solidariedade com o humano demasiadamente humano.” “As pessoas estão tendo que se submeter cada vez mais às ordenações do computador e de tudo o que decorre do mundo cibernético.
E isso causa muita dor interna - tensão, estresse.” “O excesso de submissão a uma racionalidade não é característica do homem; é resultado de uma depuração, de uma filtragem que o homem foi fazendo através da técnica, da tecnologia.” Política de drogas “Já há uma discussão, na mídia, sobre a necessidade e a conveniência da descriminalização: trocar criminalidade, prisão e violência causada pelo tráfico de drogas por programas de saúde pública, como já está acontecendo em vários países do mundo. É uma questão de tempo.” Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem Ministério da cultura “Fazer tudo o que eu imaginava não era possível.
Muitas ideias eram novidade, ainda estavam chegando, eram embrião - como a discussão da cultura digital e todas as suas consequências.
Isso não havia sido tratado antes na política ministerial brasileira.
Foi uma especulação que começou conosco.
O meu trabalho foi basicamente introduzir questões desse tipo.” “Trabalhamos para fazer o frevo e o samba de roda patrimônio histórico da humanidade.” “Questões novas como a questão patrimonial como a cultura de todo o dia.
Linhas de ação e provocação como essa foram o modus operandi da minha fase ministerial.” (E, provocado, afirma que “foi feliz” no ministério) O papel atual da cultura “A cultura e a arte, no mundo contemporâneo, esparramam as percepções novas sobre para onde a sociedade e as liberdades estão caminhando.” “A cultura não é só o cinema nem a literatura nem as artes plásticas; a cultura é o encontro permanente das linguagens em todos os sentidos.
E isso está nos levando para uma compreensão mais harmônica da sociedade e a necessidade de apaziguamentos.
Se não fica como agora: Trump vai levar o mundo à 3ª Guerra Mundial, junto com o maluquinho da Coreia do Norte?
Ou não?” “Eu acho que a cultura e a arte têm um papel fundamental no sentido de distraí-los (Trump e Kim Jong Un) e dizer a eles: não, o mundo está caminhando para outro lugar.
O mundo precisa de juízo.”