Durante buscas e apreensão na casa do senador Aécio Neves (PSDB) no âmbito da Operação Patmos, a Polícia Federal (PF) encontrou anotações que faziam referências no valor de R$ 200 mil e R$ 510 mil relacionados à Odebrecht e à Braskem.

No papel manuscrito, ao lado da anotação ‘CNO’ (Construtora Norbeto Odebrecht), conta os nomes ‘Pimenta’ e ‘Direção Estadual’.

Já no lado de ‘Braskem, o tucano anotou ‘Direção Estadual’.

Para a PF, os valores ‘provavelmente’ são ‘monetários’ e são ‘possivelmente fruto de atividade ilícita’.

LEIA TAMBÉM » Senadores do PSDB pressionam Aécio para que deixe o comando do partido » Humberto Costa cobra ao Conselho de Ética votação sobre Aécio » Ninguém passou a mão na cabeça de Aécio, diz Fernando Bezerra » Saiba como os senadores votaram sobre Aécio Neves As buscas e apreensões na casa do senador tucano ocorreram em maio deste ano, quando Aécio foi afastado do cargo por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator da Operação Lava Jato, Luiz Edson Fachin, à época em que foi deflagrada a Patmos.

No âmbito da Operação, o senador Aécio Neves foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, dono do grupo JBS.

Os valores teriam sido repassados ao primo do senador, Frederico Pacheco, conhecido como Fred, e as primeiras tratativas teriam sido realizadas pela irmã do senador, Andrea Neves, ambos flagrados em ação controlada da Polícia Federal. » Delatores da JBS afirmam ter dado R$ 100 mi para campanha de Aécio em 2014 » PF apreende papéis com anotação ‘CX 2’ em apartamento de Aécio » Defesa diz que Aécio nunca usou bloqueador de celulares encontrado pela PF » Procuradoria apura se pagamento de publicidade ocultou doação a Aécio Aécio foi denunciado por corrupção passiva por supostas propinas de R$ 2 milhões dos delatores.

A PF enviou ao Supremo relatório sobre cada item encontrado na casa do parlamentar e dos demais investigados pela operação.

Segundo o documento, um dos itens é esta uma ‘folha manuscrita é composta de três anotações com nomes e números podendo ser valores em moeda nacional’.

Foto: Divulgação A PF diz que não é possível afirmar, somente com essa anotação, o nome completo de Pimenta, mas é necessário ouvir ’explicação dessas anotações’.

Delatores da Odebrecht falam em R$ 50 milhões em doações fiscais e não fiscais a grupo político do tucano, formado pelo próprio Aécio, Pimenta da Viega - candidato em 2014 ao governo de Minas; Dimas Fabiano Junior, candidato a deputado federal; e Antônio Anastasia, candidato ao Senado pelo PSDB de Minas. » Aécio Neves reassume o mandato no Senado e diz que foi vítima de acusações falsas » Senado ignora STF e decide manter mandato de Aécio Neves com folga » Fachin cita afastamento de Cunha em julgamento que pode afetar Aécio » ‘Não fiz dinheiro na vida pública’, diz Aécio em vídeo; assista “Esses números provavelmente tratam-se de valores monetários.

A relevância está no fato de o montante ser alto e de possivelmente ser fruto de atividade ilícita”, concluiu o documento, subscrito pelos agentes Morais Cesar da Mota Furtado e Osvaldo Escórcio Meneses.

Defesa A Defesa do senador Aécio Neves encaminhou uma nota afirmando que as anotações referem-se a doações na campanha de 2014 foram devidamente registradas na Justiça eleitoral. “As anotações referem-se a doações na campanha de 2014 devidamente registradas na Justiça eleitoral para o diretório estadual de MG, de forma lícita e transparente, facilmente comprovável no site do TSE”, disse.

Informações do portal Estadão