Após o secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, insinuar que o presidente do Sindicato dos Policiais, Áureo Cisneiros, acumularia cargos em Pernambuco e na Paraíba, o líder sindical rebateu o auxiliar de Paulo Câmara (PSB).
Cisneiros apontou que o caso foi arquivado por ele ter sido exonerado no estado vizinho em 2011 e ironizou: “Au revoir”.
A frase, que em francês significa ‘adeus’, é uma referência à declaração de Stefanni de que foi roubado em Paris, mas não no Recife.
O presidente do sindicato já havia usado a afirmação para criticar o discurso, considerado longo por ele, do secretário na audiência pública sobre o Pacto pela Vida na Assembleia Legislativa, ao afirmar: “fiquei com a impressão de morar em Paris e não em Pernambuco”.
A reunião terminou em briga entre os deputados Joel da Harpa (Podemos) e Zé Maurício (PP).
Mas parece que o clima não esquentou só entre eles. “Me admiro muito com Áureo Cisneiros.
Ele gosta tanto de ser policial, que foi servir ao mesmo tempo na Paraíba e em Pernambuco.
Ele é alvo de uma sindicância (da SDS) porque acumulava cargos nos dois estados.
Isto é crime contra a administração pública”, afirmou Stefanni mais cedo. “O secretário Márcio Stafanni conhece tanto de processo administrativo quanto de segurança pública.
Ou seja, nada.
O fato dito pelo secretário já foi devidamente esclarecido e arquivado.
Agora, o secretário acertou numa coisa: gosto de ser policial”, rebateu Cisneiros. “Agora, quem responde por crimes contra à administração pública nas Operações Lava Jato, Fair Play e outras o secretário conhece bem”, alfinetou sobre as investigações contra a cúpula do PSB no Estado. “Pernambuco encontra-se à deriva, sem gestão, sem planejamento e sem nenhum diálogo com a sociedade.
Os números não mentem.
Em nosso Estado, 2017 será o ano mais violento do século e Pernambuco responderá por 1% dos homicídios do planeta terra e 10% dos homicídios do Brasil. É este o Pacto pela Vida ‘perfeitinho’ que o secretário apresentou na Alepe?”, questionou ainda. Áureo Cisneiros afirmou que os processos a que responde são na Secretaria de Defesa Social (SDS), instaurados por críticas feitas enquanto presidente do sindicato ao governador Paulo Câmara.
O líder sindical chegou a ser punido pela pasta e é cotado por uma ala do PSOL a disputar o Governo de Pernambuco contra o socialista, aproveitando as discussões sobre a crise na segurança.