Por Julio Lossio, para o Blog de Jamildo Durante muito tempo, observamos um grande esforço dos governantes para reduzir a taxa de mortalidade infantil no Brasil e, especialmente, no Nordeste.

Quando criança, eu costumava jogar bola com amigos na pracinha em frente à igreja na pequena cidade de Jardim, no interior do Ceará, onde cresci.

Era frequente vermos os pequenos caixões que adentravam a igreja para receber a benção antes do sepultamento.

Eram chamados de anjinhos, crianças que morriam ainda no primeiro ano de vida.

A época, a taxa de mortalidade infantil ainda era altíssima quando comparada aos padrões atuais.

Atualmente, as crianças já não morrem mais no primeiro ano de vida com a mesma frequência de antigamente, contudo, um novo fenômeno volta a atormentar e desafiar a nossa sociedade.

Na adolescência, o período que deveria ser certamente o mais feliz da vida, quando descobrimos o nosso corpo, as nossas primeiras paixões, as festas, a liberdade, enfim, um período que deveria ser mágico, já não é tão encantador.

Infelizmente, em nosso país, o que deveria ser o desabrochar da vida, para muitos tem sido o fim da vida.

As taxas de homicídios de jovens têm desafiado nossa sociedade e na região Nordeste, de modo específico, chega a ser 6 vezes maior que o esperado.

Precisamos, urgentemente, criar uma grande rede de proteção para o nosso futuro.

Proteger nossas crianças e jovens, cuidando delas desde o pré-natal até os 20 anos, deveria ser uma prioridade máxima e absoluta dos governos.

Priorizar o orçamento para cuidar das pessoas, em detrimento da dívida pública, das altas aposentadorias de poucos, além de tantos outros gastos exorbitantes, às vezes desnecessários, a médio prazo, poderia produzir uma sociedade verdadeiramente saudável e segura.