Duelando com o governador Paulo Câmara (PSB) pela defesa do Estaleiro Atlântico Sul, o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE) criticou nesta quarta-feira (18), em entrevista à Rádio Jornal, a gestão do socialista.

Vice-líder de Michel Temer (PMDB) no Congresso, o parlamentar enfatizou que essa é uma política do governo federal. “O problema é que Pernambuco está em ‘câmara’ lenta”, ironizou. “O Brasil vai voltar a crescer e Pernambuco vai crescer menos do que o Brasil?”, questionou. “Precisamos fazer um dever de casa que foi interrompido.

Cadê as indústrias de componentes para o setor naval?

Quantas foram atraídas nos últimos três anos para o Complexo de Suape para não ficar dependendo de insumos de São Paulo?”, perguntou ainda.

Com as críticas a Paulo Câmara, Fernando Bezerra Coelho discorda da previsão de que Pernambuco terá dois palanques em 2018, um a favor de Temer - composto por ele, pelos ministros Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM) e pelo senador Armando Monteiro Neto (PTB) - e um contrário - reunindo PSB e PT. “Vai ser se quer o governo que esta aí ou quer mudar”, avaliou o senador.

O agora peemedebista afirma que os eleitores querem um governo que invista mais. “É lamentável o que Pernambuco perdeu em termos de investimentos públicos”, disse.

Segundo FBC o Estado era o líder em investimentos entre 2011 e 2014, com R$ 9,6 bilhões, à frente do Ceará (R$ 9,1 bilhões) e da Bahia (R$ 8 bilhões).

O senador citou investimentos de R$ 2,5 bilhões em Pernambuco no quadriênio, atrás dos outros dois estados, que têm, de acordo com ele, cerca de R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, respectivamente.

Para FBC, o Estado perdeu a capacidade de elaborar projetos e captar recursos. “O Estado parou, não tem o mesmo ritmo”, disse.

Indústria naval A última disputa com Paulo Câmara foi sobre uma alteração na alterações da a Medida Provisória que nega isenção fiscal em importação de embarcações destinadas à navegação de cabotagem.

FBC foi o autor da emenda e o governador disse ter sido o articulador. “Não teve disputa, não”, minimizou o senador. “Acho importante que todas as forças possam se mobilizar por Pernambuco.

Mas quero destacar essa é uma atitude positiva do governo Michel Temer”, disse o vice-líder, no entanto.

Aliados de Paulo Câmara usaram a emenda para fustigar FBC. “Quer dizer que o senador Fernando Bezerra Coelho aparece agora como defensor do polo naval, mas a proposta que quebra o setor surgiu do Governo do qual Fernando Filho é ministro de Minas e Energia, ao qual a Petrobras – principal cliente dos estaleiros – está subordinada?

Difícil de entender, viu?

O pai está consertando as besteiras do filho?”, disse uma figura do PSB.

Em entrevista à Rádio Jornal, FBC defendeu que não foi a MP que levou o “desassossego”, e sim uma instrução normativa da Receita Federal que levantou dúvidas sobre o assunto. “(A emenda) É na prática uma revogação da instrução.

Deixa claro que industria de cabotagem sera protegida para que se possa produzir esses navios por estaleiros nacionais.”