O presidente do PSB, Carlos Siqueira, convocou para a próxima segunda-feira (16), às 19h, uma reunião dos integrantes da direção nacional do partido em Brasília.

O encontro é para que os socialistas analisem os processos disciplinares contra cinco deputados que votaram a favor da reforma trabalhista, entre eles o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PE), e a líder da sigla na Câmara, Tereza Cristina (MS).

Além dos dois, são alvos de processos os parlamentares Danilo Forte (CE) e Fábio Garcia (MT).

Todos fazem parte de um grupo de 13 divergentes que negociam a saída do partido e aguardam a janela partidária, em março, para não perder os mandatos no Legislativo.

Hoje, a bancada do PSB tem 36 deputados.

Os quatro processos que serão analisados na reunião de segunda-feira foram abertos em abril, depois que eles não seguiram a orientação da executiva nacional de votar contra a reforma de Michel Temer (PMDB).

No mesmo período, os socialistas passaram a defender a saída do peemedebista da presidência e novas eleições diretas.

Fernando Filho já anunciou que em março vai migrar para o PMDB, seguindo o pai dele, o senador Fernando Bezerra Coelho, que trocou o PSB pelo partido de Temer em setembro.

O clã foi cortejado por dois meses pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que escolhessem o Democratas, mas foi atraído pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), com a promessa de que receberiam o comando do partido em Pernambuco, o que ainda não aconteceu por causa de uma briga com o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), tradicionalmente líder dos peemedebistas locais, e com o atual presidente estadual da sigla, Raul Henry.

A disputa foi parar nas Justiças pernambucana e do Distrito Federal, que concederam liminares a favor de Jarbas e Raul.

Pai e filho estão na oposição e articulam o nome do ministro na disputa ao Governo de Pernambuco contra Paulo Câmara (PSB).

Como hoje o PMDB é o principal aliado dos socialistas, a troca de palanque é um dos motivos da briga.

Da mesma forma que o ministro e o senador, Tereza Cristina, Danilo Forte e Fábio Garcia foram procurados por PMDB e Democratas, criando uma disputa entre os dois partidos e deixando Maia irritado com Temer em meio à tramitação das denúncias contra o presidente na Câmara.