Por 14 votos a um, os vereadores de Olinda aprovaram nesta segunda-feira (10) o título de cidadão olindense para o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho.

A votação foi cinco dias após o projeto ter sido rejeitado.

Proposto por Saulo Holanda (PTC), o título precisava de pelo menos 12 votos para ser aprovado, o que equivale a dois terços da Casa, mas na última quinta-feira (5) o placar ficou em dez a quatro.

Segundo o presidente da Câmara, Jorge Federal (PR), nesta manhã, o vereador Neto Beira Rio (PSD) apresentou um requerimento assinado por ele e mais 12 parlamentares pedindo que o projeto fosse desarquivado.

A data em que a homenagem será entregue ainda não foi agendada com a equipe do ministro.

Na votação de quinta-feira, quem puxou os votos contrários foi o ex-presidente da Casa Marcelo Soares, do PCdoB, partido aliado do governador Paulo Câmara (PSB).

Soares foi o único contra a proposta nesta terça-feira.

Apesar de ainda integrar oficialmente os quadros do PSB, Fernando Filho deve migrar para o PMDB em março, para não perder o mandato na Câmara dos Deputados.

O movimento já foi feito pelo pai dele, o senador Fernando Bezerra Coelho, que está na oposição e articula o nome do ministro na disputa ao Governo de Pernambuco contra Paulo Câmara.

Hoje, o PMDB é o principal aliado dos socialistas.

Paulo Câmara tem reagido com críticas à privatização da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que será vendida junto à Eletrobras.

A desestatização da companhia é a principal articulação da pasta de Fernando Filho.

Em meio à briga com o PSB, pai e filho têm se movimentado para atrair para o seu grupo prefeitos pernambucanos.

Os dois receberam Professor Lupércio (SD), de Olinda, há cerca de um mês e conversaram sobre a requalificação do Seminário de Olinda, um dos prédios mais significativos do sítio histórico da cidade.

Segundo Saulo Holanda, vereador que apresentou o projeto, esse foi o motivo da homenagem. “Ele se disponibilizou a ajudar Olinda e conversou com empresários para investirem na cidade”, justificou ao Blog de Jamildo.

Contra a homenagem, Marcelo Soares afirmou ao site Observatório de Olinda que a proposta seria “descabida” porque o ministro compõe um governo “ilegítimo” e, ao ficar contra Paulo Câmara, para ele, também ocupa “posição contrária aos interesses do povo de Pernambuco”.

O vereador ainda argumentou a venda da Chesf para o voto contrário. “Em lugar nenhum do mundo uma nação abre mão de um setor estratégico como a geração de energia”, defendeu.