Estadão Conteúdo - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou a jornalistas nesta segunda-feira, 9, que inicialmente está discutindo sua defesa de mudança de regime político no Brasil para o semipresidencialismo de forma acadêmica. “Estamos tentando fazer um desenho de uma proposta e em algum momento esta proposta será submetida ao Congresso como emenda constitucional.” Perguntado se esta proposta pode ser apresentada ao Congresso pelo Executivo, Mendes disse que sim e que conversou com o presidente da República, Michel Temer, sobre o assunto.

LEIA TAMBÉM » Grupo faz ‘tomataço’ em frente a evento com Gilmar Mendes em São Paulo Durante fala em evento no Instituto de Direito Público de São Paulo (IDP), o ministro defendeu a adoção do semipresidencialismo e afirmou que o modelo atual de governo já se exauriu.

Em recente reunião com Temer, Mendes disse que o tema foi discutido. “Falamos da necessidade de prosseguirmos nesse trabalho de reformas, inclusive com a emenda do semipresidencialismo.” Mendes ressaltou que o Brasil está resolvendo a falta da governabilidade pelo impeachment. “Na teoria presidencialista o impeachment é pensado para não se chegar ao fim.

Entre nós ele está sendo usado para destituir mandatários e isso sinaliza imperfeição do modelo”, afirmou aos jornalistas nesta segunda-feira.

Em suas declarações durante o evento, Mendes comparou o impeachment a uma “bomba atômica” e afirmou que o impedimento de um presidente é um modelo “complicado e traumático”.

Solavancos Gilmar Mendes disse que o modelo político atual no Brasil, o presidencialismo de coalizão, tem gerado “desconforto e solavancos” e afirmou que a reforma política, aprovada no Senado na semana passada, teve aspectos “muito positivos”, apesar de ter frustrado alguns analistas.

Entre os pontos positivos, o ministro citou a cláusula de barreira ou desempenho e a proibição de coligação de partidos a partir de 2020.

Outro ponto citado por Mendes foi a aprovação do fundo público para o financiamento de campanhas.

Tomates Mendes abriu seminário para discutir a reforma política no Instituto de Direito Público de São Paulo (IDP).

O ministro foi recebido com protesto em frente ao prédio do IDP.

Um grupo de cerca de dez pessoas jogou tomates em carros pretos que chegavam ao local e na porta do IDP, que ficou bastante suja.

A Polícia Militar esteve no local, mas não chegou a intervir.