Menos de uma semana após o massacre na cidade de Las Vegas que deixou 59 mortos e mais de 500 feridos, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) postou, nesse domingo (8), um vídeo em seu Facebook no qual aparece em um estande de tiro em Miami, também nos Estados Unidos.

O atentado levantou o questionamento sobre as políticas armamentistas nos Estados Unidos.

A maioria dos estados americanos permite o porte de armas e, no apartamento onde o suspeito cometeu os disparos contra a multidão, mais de 10 rifles foram encontrados.

O atentando em Las Vegas foi considerado o maior massacre com arma de fogo da história dos Estados Unidos.

Steph Paddock, 64, foi identificado como autor dos disparos e cometeu suicídio após a chegada da polícia.

LEIA TAMBÉM » Eleitores podem votar revogação do Estatuto do Desarmamento em 2018 As imagens mostram o parlamentar atirando com uma pistola .50, a mais potente do mundo, e defendendo o uso do equipamento pela polícia brasileira para deter criminosos. “É um saco de cimento no peito do bandido.

Acabou a história”, afirma no vídeo.

Em alguns estados dos Estados Unidos é liberado o uso de armas e o deputado, pré-candidato à presidência, sempre defendeu o desarmamento no Brasil. “Pistola .50.

Eu desconheço ela no Brasil.

Para nós evitarmos aquele problema de o policial civil, militar, PRF, ao abater um inimigo que estava atirando nele e ser condenado por excesso por ter dado mais de dois tiros, quem sabe no futuro a gente possa botar esta arma para ser usada no Brasil.

Dá um tiro só”, diz.

E completa: “Isso é Estados Unidos, isso eu quero para o meu Brasil”. » Bolsonaro é condenado por declarações contra quilombolas A polícia brasileira é a que mais mata no mundo, segundo um relatório da Anistia Internacional de 2015 que apontou uso abusivo do poder da polícia e execuções sumárias.

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada este ano mostrou ainda que os policiais mataram mais do que os ladrões em 2015.

No Senado tramita um projeto de lei que propõe alterações no Estatuto do Desarmamento.

A proposta é defendida pelo senador Wilder Morais (PP-GO) é a própria revogação do Estatuto, por meio da convocação de um plebiscito, para substituição por uma nova lei que assegure o porte de armas de fogo a quaisquer cidadãos.

A ideia conta com quase 100% de apoio popular na consulta pública feita no portal e-Cidadania.

Já são mais de 233 mil votos a favor e menos de 10 mil votos contrários. » Bolsonaro: para se defender, quer ter a ‘lei do feminicídio’, ou uma pistola 380 na cintura?

Estatuto do Desarmamento O Estatuto do Desarmamento é uma lei federal de nº 10.826/03 aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Lula (PT) no dia 23 de dezembro de 2003.

A lei atualiza a legislação sobre registro, porte e comércio de armas de fogo no Brasil.

O porte de armas é proibido em todo o território nacional.

No entanto, o governo federal promoveu um referendo popular no ano de 2005 para saber se a população concordaria com o artigo 35 do Estatuto, que tratava sobre a proibição da venda de arma de fogo e munição em todo o território nacional.

De acordo com o Estatuto, só podem adquirir quem tiver no mínimo 25 anos e é necessário que a pessoa tenha que declarar efetiva necessidade da arma.

O interessado ainda deve comprovar idoneidade por meio de certidão de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral; residência fixa; provar ocupação lícita; capacidade técnica e de aptidão psicológica.

Também não podem estar respondendo a inquérito policial ou processo criminal.

Veja o vídeo do deputado Jair Bolsonaro: