Militar, o deputado federal Cabo Daciolo (Avante-RJ) defendeu no meio do plenário da Câmara uma proposta inconstitucional: a possibilidade da saída do Legislativo - incluindo ele mesmo - e do Executivo para que as Forças Armadas assumissem um “poder provisório”. “O povo brasileiro tem esse poder: quando se instala o caos, eles entram”, diz.
O vídeo foi publicado na página dele no Facebook na última quarta-feira (4), em meio à votação da reforma política, criticada pelo parlamentar na gravação.
Antes de Daciolo, provocou polêmica ao falar em intervenção o general Antonio Hamilton Martins Mourão, exaltado por Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em Belém, no Pará, nesta sexta-feira (6).
LEIA TAMBÉM » Pedido de intervenção é fruto de desmoralização da política, mas não é saída, diz Jungmann » Cristovam Buarque é alvo de áudio falso sobre apoio a intervenção militar » Ex-presidente do TJPE faz enquete sobre intervenção militar no Brasil » ‘Ditadura militar foi um grande erro’, afirma Moro “A nação brasileira tem solução, o problema é essa quadrilha que está instalada no Congresso Nacional, essa organização criminosa”, afirma no vídeo. “Sabe o que eles estão votando?
A reforma política.
Que reforma política?
Criando um fundo que vai sair da saúde, da educação.
Essa organização criminosa quer se perpetuar no poder.” Daciolo afirma que, antes de qualquer passo, o brasileiro teria que “falar com Deus”.
Dias antes do golpe militar de 1964, foi realizada em São Paulo uma manifestação chamada ‘Marcha da Família com Deus pela Liberdade’, nome sugerido por uma deputada na época.
Um comunicado lido no dia do evento afirmava que o brasileiro estava cansado de reformas.
Em seu vídeo, o deputado nega que esteja falando em ditadura.
Em setembro, durante uma palestra, o general Mourão afirmou: “os Poderes terão que buscar uma solução, se não conseguirem, chegará a hora em que teremos que impor uma solução… e essa imposição não será fácil, ela trará problemas”.
A declaração dele foi rechaçada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, que tem defendido que as Forças Armadas não são saída para a crise política.