O portal Veja publicou uma matéria nesta quinta-feira (5), em que revelou uma conversa entre o executivo da JBS, Ricardo Saud, e o empresário Frederico Pacheco, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), quando comemoravam a decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de libertar o ex-ministro José Dirceu da prisão.

A conversa ocorreu antes de Saud fazer a delação premiada.

Na decisão do Supremo, votaram a favor da soltura do petista os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandovski.

Já os ministros Edson Fachin e Celson de Mello votaram contra.

No início da conversa, Saud diz se mostra surpreso com a decisão. “Ninguém vai fazer delação mais”, disse Frederico. “O palocci vai, porque ele vai entregar o Lula”, previu Saud.

LEIA TAMBÉM » Joesley e Saud se entregam à PF em São Paulo » Fachin decreta prisão de Joesley e Ricardo Saud Em seguida, o executivo da JBS comemora a decisão do STF: “Acho que o Gilmar (Mendes) agora começou a ajudar a gente”, festejou.

Para Saud, a votação foi como um recado de que o Supremo iria soltar também Palocci, por supostamente evitar que o ex-ministro da Fazenda comprometesse os ministros da Corte numa possível delação.

Em outro trecho da conversa, Saud volta a elogiar a Corte. » Em recado a Palocci, STF manda soltar José Dirceu “Essa atitude do Supremo ontem foi boa demais”, disse o executivo da JBS.

O primeiro de Aécio Neves afirmou que o ministro Gilmar estava pensando mais em si mesmo quando voltou por soltar Dirceu. “Ele está com medo demais é da OAS, né?”, concorda Saud. “O Lewandoswski, esses caras todos… não ‘guentam’ a delação não”, disse Frederico.

Ambos também criticam o ministro Dias Toffoli. “Esse parece que é cabeça pequenininha”, diz Saud.