Por Jamildo Melo, editor do blog O resumo da opera, como se dizia antigamente, no artigo que o senador Fernando Bezerra Coelho publicou nesta quarta-feira, no Jornal do Commercio, é afirmar que falta comando político a Paulo Câmara e, sem este comando político, a tropa geral (seja máquina pública, policiais militares) não acompanha.

O primeiro ataque da campanha de 2018 também vai além do discurso usado até aqui pela oposição, de bater no flanco criado com o fracasso do pacto pela vida.

Quis o destino (teria sido apenas coincidência) que a dura avaliação do antigo aliado tenha sido produzida e enviada ao JC no mesmo dia em que o governador Paulo Câmara tomou a decisão de demitir um primo do senador que trabalhava na Ad Diper.

Conforme revelou com exclusividade o Blog de Jamildo.

Thiago Coelho entrou na AD Diper em 2007, com o aliado de FBC Genner Guimarães, mas assumiu a Superintendência Jurídica em junho de 2014, já no governo João Lyra, com Paulo Câmara candidato.

Paulo Câmara manda demitir primo de Fernando Bezerra Coelho na Ad Diper Para ampliar o simbolismo do gesto, de corte na carne, separação de palanques, a demissão ocorre justamente pelas mãos do PMDB, que controla a secretaria e a estatal da administração indireta.

O vice governador do Estado, Raul Henry, ocupa a secretaria de Desenvolvimento, a mesma pasta que um dia Eduardo Campos destinou ao aliado de Petrolina.

Resta acompanhar a reação oficial ao primeiro ataque. “FBC pode vir quente, que estamos fervendo!.

O telhado dele é grande e é de vidro”, prometem aliados de Paulo Câmara, fazendo uma ironia com as operações da Lava Jato que envolveram o nome do então senador do PSB.

Na área de segurança pública, o artigo também ajuda a entender a extemporânea crítica do ministro de Temer Raul Jungmann, na Defesa, sobre os números da violência em Pernambuco, ao falar da crise no Rio de Janeiro.

Como já havia dito Lula em julho, em uma gravação de vídeo divulgada pelo Blog de Jamildo, nas eleições de Pernambuco, será Paulo Câmara contra os ministros de Temer e FBC.

Os pernambucanos mais críticos já sabiam que Paulo Câmara não poderia se apresentar apenas como um gerente de RH (Recursos Humanos).

O artigo de FBC, nesta mesma linja, também visa desmontar a narrativa de Paulo Câmara de bom gestor, que está conseguindo atravessar a tempestade da marolinha de Temer com sucesso, embora a custa de verbas extraordinárias.

Por outra coincidência do destino (terá sido) o primeiro ataque mais claro das eleições de 2018 ocorreu no mesmo dia em que o Blog de Jamildo revelou a detecção do sinal amarelo nas contas públicas.

Despesas de pessoal do governo Paulo Câmara ficam acima do limite prudencial O relatório da LRF estava no diário oficial de sábado.

Na segunda ninguém falou nada, basta o Blog de Jamildo postar na terça-feira de manhã para todo mundo, jornais e inclusive a oposição, falar do assunto gestão fiscal.

Mas FBC vai além e deu o mote ao seu estilo.

O artigo de FBC também mostra o alinhamento com a oposição mais antiga a Paulo Câmara, em especial com o senador Armando Monteiro.

O arrazoado vai na mesma linha do que escreveu o senador do PTB, no Senado, nesta terça, ao comentar a posição relativa de Pernambuco.

Consta, nos meios políticos, que Armando Monteiro Neto já se daria por satisfeito se, além da reeleição, com mais oito anos no Senado, conseguisse eleger um dos filhos como deputado federal.

Neste acordo que residiria a parceria.

O mais novo Armando Monteiro já esteve em Petrolina fazendo discurso público e representando o pai.

Armando usa queda de Pernambuco no ranking dos Estados para criticar ‘imobilismo’ de Paulo Câmara Na defesa de Paulo, no polo oposto, ato contínuo, nesta quarta-feira, o petista Humberto Costa foi escalado pelos aliados ou escalou-se para sair em defesa de Paulo Câmara, criticando o deputado federal Fernando Filho por uma fala sobre a possibilidade de privatização da Petrobras. ‘Fernando Filho age como inimigo de Pernambuco’, diz Humberto Costa Uso político do rio O primeiro ataque de FBC a Pauulo Câmara também pode ser interpretado como uma resposta imediata aos ataques contra o filho do senador e ministro.

Na segunda-feira, no Palácio do Campo das Princesas, o governador reuniu-se com deputados do PSB e aliados para tocar bombo contra a privatização da Chesf, no meio da privatização dos sistema Eletrobrás.

A estatal regional de energia, já esvaziada no governo Dilma sem reação dos socialistas e petistas, era o que menos importava no evento.

O objetivo claro era ter um discurso contra o ministro de Temer.

No artigo enviado ao JC, FBC também promete mais carga ao mar. “Nos próximos meses, teremos a oportunidade de debater e apontar as razões que explicam a desaceleração do nosso estado.

A crise do Brasil explica uma parte, mas não explica tudo.

Muito tem a ver com as escolhas e as opções que aqui foram feitas”.

Na mesma fala, o senador repisa o que parece ser o slogan do grupo. “Pernambuco precisa de uma nova agenda, de um novo caminho, de uma nova liderança para construir um novo tempo”.

Na mesma linha do que havia dito Armando Monteiro Neto no senado, no mesmo dia.

Curiosamente, no dia de ontem, o governador Paulo Câmara estava cumprindo agenda em Brasília, com Bruno Araújo, um dos expoentes da nova oposição, depois de os tucanos terem sido defenestrados da Prefeitura do Recife, nas eleições de Geraldo Julio, por terem lançado candidato próprio (Daniel Coelho), sem apoiar o socialista.

Como já apresentou uma série de pedidos de empréstimo ao governo Temer, como BNDES e Caixa, Paulo Câmara da a impressão de que cumpre tabela apenas.

Tem que ir lá fazer foto e ficar esperando sentado, para na época da eleição denunciar que foi sabotado, que não recebeu ajuda do governo Federal.