Parlamentares da frente contrária à privatização da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), através da venda da Eletrobras, têm uma reunião marcada com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sobre a desestatização da empresa.
Os deputados e senadores anunciaram que vão entregar uma representação pedindo que a medida seja investigada nos âmbitos da ordem econômica e do direito do consumidor.
O grupo se encontrou com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), nesta segunda-feira (2) para falar sobre o assunto.
O socialista encabeçou uma carta dos governadores do Nordeste contra a privatização, entregue ao presidente Michel Temer (PMDB) no início de setembro.
LEIA TAMBÉM » Ministro enfrenta protesto contra privatização da Chesf no Fórum Nordeste 2017 » ?????Funcionária da Chesf entra com ação popular contra a privatização » Cabral abre campanha contra venda da Chesf e acusa ministro de ingratidão “A partir do momento que enviamos uma carta assinada por nove governadores que colocam preocupações e elas não são respondidas mostra que têm um cunho verdadeiro”, afirmou Paulo Câmara após a reunião com os parlamentares. “Há uma clara intenção de fazer essa venda para tapar o rombo nas contas públicas e isso vai pesar nas contas futuras da energia, tanto dos consumidores quanto das pessoas jurídicas.” Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem O presidente da frente parlamentar, o deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE), afirmou que a privatização sem aprovação do Congresso Nacional é ilegal e inconstitucional.
O socialista argumenta que a Eletrobras foi criada pela Lei Federal nº 3890-A/61 e, por isso, só poderia ser vendida por meio de lei específica.
Hoje, a proposta é de vender a Eletrobras a partir do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas a modelagem ainda não foi anunciada. » Em Suape, ministro reclamou que venda da Chesf e Eletrobras seja usada como palanque político » Deputados prometem entrar na Justiça contra privatização da Chesf » Contra privatização, governadores do Nordeste propõem desvincular a Chesf da Eletrobras Cabral teve um primeiro encontro com Dodge no último dia 27 e minimizou os comentários de que a procuradora seria alinhada ao Palácio do Planalto. “Só o fato de marcar para o dia 19 já mostra a prioridade sobre o tema, mas, claro, com responsabilidade”, afirmou. À frente da privatização, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, ainda é filiado ao PSB, mas anunciou que só espera a janela partidária, em março, para migrar para o PMDB, movimento que o pai dele, o senador Fernando Bezerra Coelho (PE), já fez.
No Estado, a família tenta levar o partido, que hoje é o principal aliado de Paulo Câmara, para a oposição, podendo lançar o nome do próprio ministro na disputa ao governo contra o socialista.