Em decisão liminar, a 26ª Vara Cível da Justiça de Pernambuco suspendeu nesta segunda-feira (2) o processo de dissolução da executiva do PMDB no Estado.
A ação foi uma resposta à articulação do presidente nacional da legenda, Romero Jucá, para entregar o comando local da sigla ao senador Fernando Bezerra Coelho, filiado no mês passado com essa promessa.
O atual presidente estadual, Raul Henry, afilhado político do deputado Jarbas Vasconcelos, foi reeleito para o cargo em julho deste ano.
O processo na executiva nacional foi aberto no último dia 13 e é relatado por Baleia Rossi (SP).
Raul Henry afirmou que decidiu judicializar a questão na última sexta-feira (29), após receber uma notificação da instância nacional para apresentar defesa. “Esse processo desde o inicio foi todo lastreado na deslealdade”, acusou. “Não poderíamos legitimar uma ilegalidade e uma violência que está sendo cometida contra nós.” LEIA TAMBÉM » Para Raul Henry, não há hipótese de candidatura de FBC em 2018 » Fernando Filho prevê debandada do PSB e alfineta Raul Henry » Em Brasília, Raul Henry não consegue dissuadir Jucá e processo é aberto » Jarbas diz que não vai sair do PMDB em briga com FBC O advogado do PMDB de Pernambuco, Carlos Neves, afirmou em coletiva de imprensa esta tarde que, para abrir o processo de dissolução, foram apontados como argumentos um baixo desempenho eleitoral no Estado e divergências com a executiva nacional.
Ambos foram contestados.
Segundo ele, a legenda ampliou em 128% o número de prefeitos na gestão de Raul Henry, o que invalidaria a alegação, e a outra justificativa não está no estatuto.
O pedido foi feito por Orlando Tolentino, assessor do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), filho de Fernando Bezerra. “Prova do atropelo é que a executiva que está processando não tem competência para avaliar esse processo”, afirmou Neves. “Tudo isso feito de forma açodada, esquece-se das leis do próprio partido.” Filiação de FBC Dissidente do PSB, Fernando Bezerra Coelho chegou a negociar por dois meses com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), a ida para o Democratas.
Mas, com a possibilidade de receber o comando, escolheu o PMDB, partido em que virou vice-líder no Senado também.
O objetivo de FBC é de levar a sigla, que hoje é a principal aliada do governador Paulo Câmara (PSB), para a oposição.
O senador foi o primeiro a falar publicamente na frente política contrária aos socialistas que está formando com o colega de bancada Armando Monteiro Neto (PTB) e os ministros Bruno Araújo (Cidades), do PSDB, e Mendonça Filho (Educação), do DEM.
Apontado por Jucá como possível candidato ao Governo de Pernambuco pelo PMDB, por uma articulação para que o partido tenha candidato à presidência em 2022, Fernando Bezerra Coelho fala em lançar o filho dele, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, para a disputa contra Paulo Câmara.