Entrevistada no programa Resenha Política desta sexta-feira (29), a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), voltou a cobrar do governo Paulo Câmara (PSB) ações para reduzir os índices de violência no município do Agreste pernambucano.
Uma das reivindicações dela é de que o 4º Batalhão da Polícia Militar passe a ser exclusivo de Caruaru e vê como última oportunidade para a execução da medida a formação dos 1.322 policiais que iniciam o curso de formação na próxima semana. “Se não for isso, acaba a oportunidade de solucionar de forma estruturada a questão ainda neste governo”, afirmou.
A exclusividade do batalhão foi prometida pelo socialista há um ano, na campanha do deputado Tony Gel (PMDB), derrotado por Raquel Lyra no segundo turno.
A tucana afirmou que ela e outros prefeitos sofrem um desgaste político por causa da insegurança, tema de competência constitucional principalmente do Estado.
Para combater o problema, Lyra propõe uma mudança na legislação para dividir as ações na área entre estados e municípios. “O município está espremido”, afirmou. “Mais do que qualquer coisa, a gente está com medo mesmo.” Assista ao Resenha Política com Raquel Lyra A prefeita tem buscado o governador para pedir soluções para a violência em Caruaru e as críticas tornaram-se mais evidentes nas últimas semanas, quando ela chegou a divulgar uma nota e lançou um plano municipal para a área.
Essa semana, havia uma reunião marcada para o Palácio do Campo das Princesas, mas no mesmo dia Paulo Câmara foi a Brasília e enviou ao Agreste o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua.
Segundo Lyra, ele anunciou que 130 PMs do futuro Batalhão Especializado do Interior vão a Caruaru na próxima terça-feira (3). “Certamente vai permitir que a gente veja a polícia na rua, que hoje a gente não vê”, afirmou.
Não há previsão para as outras reivindicações da prefeita, incluindo a exclusividade do 4º Batalhão.
Questionada se seria uma retaliação porque ela está no palanque de oposição formado pelos ministros Bruno Araújo (Cidades/PSDB), Mendonça Filho (Educação/DEM) e Fernando Filho (Minas e Energia/ainda no PSB, mas migrando para o PMDB), além do senador Armando Monteiro Neto (PTB), afirmou: “Quero crer e acredito que não”.
A briga com o grupo de Paulo Câmara começou no ano passado, quando a hoje tucana e o pai, o ex-governador João Lyra Neto, ainda eram do PSB.
A candidatura dela em Caruaru era articulada, mas Raquel foi limada pelos socialistas e procurou o PSDB.