Três dias após ser afastado da Prefeitura de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB) afirmou nesta sexta-feira (29) que foi alvo de uma “denúncia política de um vereador”. “Lá na frente será esclarecido”, disse o petebista. “Amanhã vão saber quem é o dono da verdade.” Pereira foi afastado por suspeita de fraude em contratos da gestão, o que é investigado na Operação Tupinambá, da Polícia Civil em parceria com o Ministério Público e o Tribunal de Contas.

Uma das denúncias que levaram à investigação é do presidente da Câmara dos Vereadores, Denis Alves (Podemos), seu opositor.

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Pereira ainda foi acusado de não ter prestado esclarecimentos aos investigadores no início da ação.

Na coletiva, ele afirmou que todos os documentos foram entregues e que foi protocolado também um ofício indagando o Ministério Público e o Tribunal de Contas se há mais questionamentos. » Polícia apreende R$ 23 mil na casa do prefeito de São Lourenço » Prefeito de São Lourenço da Mata é afastado por suspeita de desvio de bens » Em São Lourenço, aliados do prefeito e do presidente da Câmara trocam denúncias Uma das acusações é da contratação de funcionários fantasmas.

Em coletiva de imprensa realizada esta tarde, Pereira afirmou que a profissional teria prestado serviços nos exercícios de 2015 e 2016.

O prefeito afirmou que o empenho para o ano de 2017 teria sido anulado. “O que a gente espera é que o Tribunal de Contas, da mesma forma que esta fazendo em 2017, faça (investigação) de 2015 e 2016, quando essa senhora prestou serviço”, disse.

Outra suspeita é sobre a contratação de uma empresa de Bezerros, no Agreste, para fazer exames de ultrassonografia em moradores de São Lourenço da Mata, distante mais de 100 quilômetros.

O prefeito afirmou que a empresa foi credenciada e que cerca de 4 mil pessoas usaram o serviço com o número do Sistema Único de Saúde (SUS), a um custo de aproximadamente R$ 117 mil para o município.

A investigação apontou que o gasto com a empresa passou de R$ 1 milhão.

Foi apontada pela polícia ainda a declaração de pagamento de cerca de R$ 160 mil a um paciente transplantado que recebia ajuda de custo mensal de R$ 150 para tratamento no Recife. “O município desconhece qualquer tipo de pagamento superior a isso (R$ 150)”, afirmou o prefeito, que enfatizou que as transferências foram feitas de forma eletrônica.

Na coletiva, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) saiu em defesa de Bruno Pereira. “Restará comprovado o seu senso de responsabilidade, a sua idoneidade”, afirmou. “Não é possível supor que por algumas injunções se possa ferir a soberania popular.”