Dois dias após o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), os líderes convenceram o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a votar a decisão.

Uma sessão extraordinária foi marcada para a manhã desta quinta-feira (28), mas a bancada do PSDB pediu o adiamento para a terça-feira (3).

LEIA TAMBÉM » Senado se une para barrar afastamento de Aécio Neves » PT critica STF por Aécio, mas diz que tucano ajudou a criar ‘monstro’ » Aécio diz que decisão do STF foi tomada ‘sem amparo na Constituição’ Foi apresentado um requerimento de urgência para acelerar a votação, aprovado por por 43 votos a favor, oito contra e 1 abstenção.

Mas, preocupado com o número de senadores em plenário, o líder do PSDB, Paulo Bauer (SC), pediu que a análise do mérito fosse adiada.

Para manter Aécio no Senado, porém, são necessários 41 votos contrários à decisão do Supremo.

O colegiado da Corte determinou que Aécio seja novamente afastado – o mesmo já havia ocorrido em maio – e que ele não pode se ausentar de casa à noite, deve entregar seu passaporte e não pode se comunicar com outros investigados no mesmo caso, entre eles sua irmã Andréa Neves.

Apesar da medida cautelar, aprovada por três votos a dois, a Primeira Turma negou por unanimidade o terceiro pedido de prisão feito pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Aécio foi denunciado em junho por Janot, acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça.

O senador afastado teria, segundo as investigações, recebido R$ 2 milhões em propina do empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, com quem foi gravado em ação controlada pela Polícia Federal.

Joesley, que hoje está preso, afirmou em delação premiada que fez o repasse e que ele teria sido solicitado pelo próprio Aécio para pagar despesas com advogados.

O tucano nega.