O Governo Federal estuda acabar com o horário de verão este ano e a discussão chegou às ruas e à internet.
Mas afinal existe economia de consumo de energia elétrica, com a adoção do horário de verão?
Para a pesquisadora da FGV Energia Mariana Weiss, apesar de o horário de verão vir apresentando resultados relativamente constantes, com uma redução de carga no horário de ponta em torno de 4,5%, a tendência é que a economia referente a este programa diminua. “É importante ressaltar que, frente ao baixo nível de armazenamento apresentado pelos reservatórios atualmente, o governo já anunciou que irá importar energia para evitar o acionamento de térmicas mais caras.
Ainda assim, é possível que em outubro e novembro pela primeira vez seja acionado o segundo patamar da bandeira vermelha.
Logo, qualquer redução no consumo é importante neste momento, justificando a manutenção do horário de verão pelo menos este ano", alerta Mariana Weiss.
Contudo, de acordo com a pesquisadora da FGV Energia, isso pode ser explicado pelo fato de as lâmpadas incandescentes terem sido gradativamente extintas e substituídas pelas lâmpadas fluorescentes e, mais recentemente, pelas lâmpadas LED.
Mariana Weiss explica que, em 2010, foi publicada a Portaria Interministerial MME/MCTI e MDIC nº 1.007 que determinava o banimento gradual das lâmpadas incandescentes do mercado brasileiro e que no dia 1º de julho de 2017, passou a vigorar o prazo estabelecido pelo governo que determina a proibição da fabricação e comercialização, no território brasileiro, de todos os tipos de lâmpadas incandescentes que não se enquadrem nos índices de eficiência energética. “O uso de lâmpadas mais eficientes tem proporcionado a redução da participação da iluminação na demanda de energia, inclusive no horário de pico.
Se as lâmpadas fluorescentes já eram capazes de prestar o mesmo serviço energético com um consumo de energia muito menor do que uma incandescente, as lâmpadas LED conseguem ser ainda mais eficientes.
Uma lâmpada de 60W incandescente ao ser utilizada 1 hora por dia consome em média 4 vezes mais do que uma lâmpada fluorescente equivalente de 15W e até 10 vezes mais do que uma lâmpada LED equivalente de 7W”, diz Mariana Weiss.
A pesquisadora da FGV Energia observa que a tendência é uma disseminação cada vez maior das lâmpadas LED, dado que as lâmpadas LED hoje já podem ser encontradas no mercado a um preço não muito superior ao de uma lâmpada fluorescente.
Além disso, segundo ela, são inúmeros os projetos de eficiência energética que preveem a introdução de lâmpadas LED.
Um exemplo é o número crescente de parcerias público-privadas (PPPs) de iluminação pública.