Com informações do Estadão Conteúdo O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à sucessão de Michel Temer, soma dois revés no Barômetro Político deste mês: o total de entrevistados que o rejeita subiu de 56% para 63% (a pior taxa em dois anos) e a parcela que aprova sua atuação caiu de 21% para 19%, ainda que dentro da margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

Para Danilo Cersosimo, um dos responsáveis pela pesquisa Ipsos, o levantamento atual não colocou Bolsonaro consolidado em segundo lugar na preferência do eleitorado, mas mostrou que Lula alcançou talvez seu maior patamar. “Dificilmente ele passará disso.

A rejeição a seu nome é ainda muito grande, difícil de reverter”, avalia.

No JC deste domingo, com o artigo Bolsonaro é uma bolha?, Adriano Oliveira desenvolve suas teses sobre o candidato.

Veja os termos abaixo.

Pesquisas divulgadas sugerem que Jair Bolsonaro é candidato competitivo para vencer a vindoura eleição presidencial.

Existem candidatos competitivos e candidatos bolhas.

Os primeiros são aqueles que possuem as características adequadas para disputar a eleição na conjuntura em que ela será disputada.

O candidato bolha não possui as características dos candidatos competitivos.

Em dado momento, perde eleitores e deixa de ser competitivo.

Bolsonaro é uma bolha?

Observo que sim.

Considerando as eleições presidenciais desde 1989, verifico que o voto econômico é variável importante para explicar a escolha do eleitor.

Em 1989, eleitores desejavam melhoria de vida.

Fernando Collor usou a retórica “caçador de marajás” e foi reconhecido pelo setor produtivo e a maioria dos eleitores como o candidato-esperança para possibilitar bem-estar aos brasileiros.

A desconfiança para com o então candidato Lula também contribuiu para o sucesso eleitoral do político alagoano.

O voto econômico explica satisfatoriamente, sem desconsiderar outros fatores, o sucesso eleitoral de FHC, Lula e Dilma.

O voto econômico positivo deve estar presente na futura disputa presidencial.

Significa que parcela do eleitorado reconhecerá que a recuperação econômica está em curso e que um candidato governista é o responsável por ela.

Portanto, um competidor apoiado por Temer ou ele mesmo tem chances de estar no segundo turno da vindoura disputa presidencial.

O lulismo, como sempre friso, também estará presente.

Parcela do eleitorado tem memória positiva para com a era Lula, além das características pessoais e do discurso do ex-presidente que ativa positivamente a mente de parte dos eleitores.

Portanto, um candidato apoiado pelo lulismo deve estar no segundo turno da disputa presidencial.

O PSDB terá candidato a presidente.

O partido tem estrutura política em diversos Estados.

E o mais importante: tem estrutura política em São Paulo.

Portanto, o candidato do PSDB tende a ser competitivo.

Diante da força eleitoral dos candidatos governistas, lulista e do PSDB, em qual posição estará Bolsonaro entre os eleitores?

Neste instante, Bolsonaro obtém bom desempenho eleitoral em razão de que parcela dos eleitores procura o antilulismo.

Quando identificarem que o candidato governista e o do PSDB são os antilulistas, Bolsonaro deve perder eleitores.