Em meio ao impasse entre os deputados sobre a reforma política, o presidente da Câmara em exercício, Fábio Ramalho (PMDB-MG), afirmou nesta terça-feira (18) que acredita em um acordo entre os deputados para votar esta semana pelo menos a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria a cláusula de barreira e veda as coligações em eleições proporcionais.

Para valer para 2018, o projeto tem que ser aprovado na Casa e no Senado até o fim do mês.

A medida, aprovada em primeiro turno e sem os destaques na semana passada, está na pauta desta quarta-feira (20).

O projeto que está na desta terça-feira (19) o que não tem entendimento dos deputados, referente à criação de um fundo eleitoral e à implantação do “distritão”, um novo regime de eleição dos deputados em que seriam escolhidos os mais votados em cada estado.

LEIA TAMBÉM » Câmara aprova fim das coligações e criação da cláusula de barreira » Só dois pernambucanos votaram contra fim de coligações e criação da cláusula de barreira Como não há consenso, nomes da base e da oposição afirmam que, se a votação for mantida para esta terça-feira, a proposta não deve passar. “O tema é bastante controverso e, hoje, com certeza, não passa a reforma política porque não existe nenhum consenso”, disse à Agência Câmara o vice-líder do PMDB, o deputado Mauro Pereira (RS).

Apesar do clima de divergência, o deputado Vicente Candido (PT-SP), relator da proposta mais controversa, quer que pelo menos a PEC do fim das coligações, seja aprovada. “Aparentemente (a PEC 282, sobre as alianças nas eleições proporcionais) é a mais tranquila, mas nada aqui tem maioria com folga.

Tudo vai ter obstrução, vai ter bancada se posicionando contra.

Mas, repito, o pior dos mundos é a gente não votar nada.” » Câmara adia novamente votação sobre fundo e distritão » Sem novo fundo para eleições, deputados podem dobrar valor do fundo partidário Do Palácio do Planalto, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que intensificará as negociações para que a Câmara vote alguns temas da reforma política esta semana. “Se a gente conseguir avançar nessa PEC do fim de coligação para 2020 e cláusula de desempenho para 2018, a gente dá uma sinalização para a sociedade e para o próprio Supremo de que avançamos”, afirmou.

Maia também defendeu o sistema distrital misto, que é uma mistura entre o “distritão” e o atual.

Através dele, uma parte dos deputados seria eleita por voto diretamente neles e outra em uma lista estabelecida pelo partido, com o eleitor votando duas vezes: uma no candidato e outra na legenda. “Seria importante que nós pudéssemos avançar no distrital misto em 2022, com a transição pelo sistema majoritário.”