Estadão Conteúdo - A nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, tomou posse nesta segunda-feira (18) e afirmou que a “harmonia entre os poderes é um requisito para a estabilidade da nação”.
Raquel assume em um momento de conflito entre o presidente Michel Temer (PMDB) e seu antecessor Rodrigo Janot.
Na quinta-feira passada, dia 14, Janot denunciou Temer por organização criminosa, pelo “quadrilhão” do PMDB e obstrução de justiça, no caso JBS.
LEIA TAMBÉM » Sem Janot, Raquel Dodge não menciona Lava Jato em discurso de posse » Na posse de Raquel Dodge, sem citar Janot, Temer volta a reclamar de abuso de autoridade O presidente participou da cerimônia.
Estiveram na solenidade também a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Ausente na cerimônia, Janot não transferiu o cargo para a sucessora.
O discurso de Raquel Dodge durou cerca de 10 minutos.
Ela assume a cadeira que foi de Janot por quatro anos. “O Ministério Público, como defensor constitucional do interesse público, posta-se ao lado dos cidadãos para cumprir o que lhe incumbe claramente a Constituição e de modo a assegurar que todos são iguais e todos são livres, que o devido processo legal é um direito e que a harmonia entre os poderes é um requisito para a estabilidade da nação”, afirmou.
Raquel ficou em segundo lugar na lista tríplice da eleição ao cargo, atrás do subprocurador-geral da República Nicolao Dino, preferido de Janot, mas foi indicada por Temer.
A eleição é tradicionalmente promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República.
No Senado, ela teve aprovação de 74 senadores. » Raquel Dodge anuncia equipe na PGR » Supremo prevê relação menos tensa com Dodge após desgaste com Janot Dodge integra o Ministério Público Federal há três décadas e chegou a liderar as investigações, por exemplo, da Operação Caixa de Pandora, que mirou o chamado “Mensalão do DEM”, e prendeu o ex-governador José Roberto Arruda, enquanto exercia o cargo, em 2009. “No ofício que ora assumo, o trabalho será cotidiano e extenuante.
Precisaremos da ajuda de todos os membros e servidores do Ministério Público, pois a grandeza dessa nação tem sido construída de modo árduo”, afirmou a nova procuradora-geral.