Primeira mulher a comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR), Raquel Dodge, assumiu o Ministério Público Federal (MPF) na manhã desta segunda-feira (18).

Em seu discurso, Dodge não citou expressivamente a Operação Lava Jato mas afirmou que o povo brasileiro “não tolera a corrupção” e que o País “passa por um omento de depuração”. “O País passa por um momento de depuração.

Os órgãos do sistema de administração de justiça têm no respeito e harmonia entre as instituições a pedra angular que equilibra a relação necessária para se fazer justiça em cada caso concreto”, disse a nova procuradora-geral após sua posse.

Dodge também enfatizou sobre a harmonia dos poderes.

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O Temer foi denunciado duas vezes pelo antecessor de Dodge, Rodrigo Janot, por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça.

Os outros dois presidentes são investigados em dois inquéritos cada, dentro da Lava Jato, também a pedido do ex-procurador-geral. » Raquel Dodge encontrou Temer no Jaburu à noite e fora da agenda » Janot diz que tem ‘melhores expectativas’ quanto ao trabalho de Raquel Dodge A posse aconteceu no auditório Juscelino Kubitschek, na sede da PGR e foi antecipada paras 8h por causa da agenda do presidente Temer.

O peemedebista embarca para os Estados Unidos, onde participará de um jantar com o presidente Donald Trump e também da Assembleia Geral da ONU.

O discurso de Raquel Dodge durou cerca de 10 minutos.

Ela assume a cadeira que foi de Janot por quatro anos. “O Ministério Público, como defensor constitucional do interesse público, posta-se ao lado dos cidadãos para cumprir o que lhe incumbe claramente a Constituição e de modo a assegurar que todos são iguais e todos são livres, que o devido processo legal é um direito e que a harmonia entre os poderes é um requisito para a estabilidade da nação”, afirmou.

Raquel ficou em segundo lugar na lista tríplice da eleição ao cargo, atrás do subprocurador-geral da República Nicolao Dino, preferido de Janot, mas foi indicada por Temer.

A eleição é tradicionalmente promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República.

No Senado, ela teve aprovação de 74 senadores. » Raquel Dodge diz que reunião com Temer teve motivo institucional » Raquel Dodge deve ser cobrada sobre visita a Temer, diz procurador da Lava Jato Dodge integra o Ministério Público Federal há três décadas e chegou a liderar as investigações, por exemplo, da Operação Caixa de Pandora, que mirou o chamado “Mensalão do DEM”, e prendeu o ex-governador José Roberto Arruda, enquanto exercia o cargo, em 2009. “No ofício que ora assumo, o trabalho será cotidiano e extenuante.

Precisaremos da ajuda de todos os membros e servidores do Ministério Público, pois a grandeza dessa nação tem sido construída de modo árduo”, afirmou a nova procuradora-geral. » Combate à corrupção continuará a ser prioridade do MPF, diz Raquel Dodge Rodrigo Janot denunciou duas vezes o presidente Temer: a primeira por corrupção passiva, barrada pela Câmara; e a segunda por organização criminosa e obstrução à Justiça, protocolada semana passada no Supremo Tribunal Federal (STF).

Janot não compareceu na cerimônia de posse de Raquel Dodge.

Agora cabe a nova procuradora-geral da República conduzir a segunda acusação do peemedebista.

Com informações de O Globo e Estadão Conteúdo