O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, afirmou em entrevista ao programa 20 minutos, exibido na TV Jornal nesse sábado (16), que está concluindo com representantes das pastas de Fazenda e Planejamento o modelo de privatização da Eletrobras, que deverá ser entregue ao presidente Michel Temer (PMDB) ainda em setembro.
No caso da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), a venda deve prever a obrigatoriedade de destinar parte dos recursos para a revitalização da bacia hidrográfica.
O objetivo do governo e de ter todo o processo de privatização concluído até o fim do primeiro semestre do próximo ano, para que não seja prejudicado pelo período eleitoral.
Até a conclusão do plano de venda, Fernando Filho não tem comentado os detalhes por terem reflexo no mercado acionário.
LEIA TAMBÉM » Moreira Franco sai em defesa da privatização da Eletrobras » Fernando Filho reclama que venda da Chesf e Eletrobras seja usada como palanque político » Contra privatização, governadores do Nordeste propõem desvincular a Chesf da Eletrobras O objetivo é de distribuir as ações, para que o controle não fique na mão de poucos investidores.
A União, que hoje tem 63%, passará a ter menos da metade, mas Fernando Filho quer manter com o governo questões que considera relevantes, como o nome da empresa e o local da sede.
Foto: Guga Matos/JC Imagem O ministro argumenta que a empresa teve R$ 32 bilhões de prejuízo entre 2012 e 2015 e, desse total, R$ 23 bilhões foram referentes às seis distribuidoras de energia, nos estados de Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima. “Todos nós bancamos a ineficiência da Eletrobras, das operações isoladas do Norte, dos atrasos nas obras”, reclamou.
Questionado pelo apresentador Antônio Lavareda, voltou a afirmar que a médio prazo o preço da energia deve ser reduzido. “Ninguém consegue pegar uma empresa com 23 mil funcionários e fazer a eficiência do dia para a noite”, afirmou.
Para Fernando Filho, esse processo será influenciado pelo fim da burocracia do setor público. “Temos que olhar para os erros do passado e no passado o Brasil tomou a decisão de onerar a energia para a indústria e baratear para o consumidor.
Vai gerar uma energia mais competitiva para a produção.” » Antonio Campos diz que privatização da Eletrobras é ‘pedalada elétrica’ » Deputados prometem entrar na Justiça contra privatização da Chesf » Frente vai pedir a ministério para recuar em privatização da Chesf Alvo de críticas de políticos do seu atual partido, o PSB - embora esteja aguardando a janela partidária para migrar para o PMDB, e dos governadores do Nordeste, Fernando Filho defendeu que, com a privatização, a Chesf terá um plano de revitalização do rio São Francisco “nunca antes visto no País”. “A Chesf que desempenhou um papel extraordinário foi para a área de energia.
Ela nunca cuidou do rio.
Ninguém consegue apontar um grande investimento da Chesf para com o cuidado com o rio”, criticou. “Agora, a nossa expectativa por lei, e é isso que esta sendo trabalhado na modelagem, é de que parte dos ganhos das usinas do rio São Francisco, seja quem for o controlador da Eletrobras e por consequência da Chesf, sejam investidos no rio pelo tempo da concessão, que no Brasil é de 30 anos.”