Agência Brasil - Em audiência de custódia realizada na tarde desta sexta-feira (15), em São Paulo, o juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal, decidiu manter o empresário Joesley Batista, da J&F, preso preventivamente.
Em sua decisão, o juiz alegou que Joesley não teria nenhuma dificuldade para fugir do Brasil, caso desejasse.
Ele também argumentou que o caso é de grande repercussão no país e que, por isso, é preciso “maior atenção que em outros casos que aconteceram”.
A decisão do juiz é uma resposta à argumentação do advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, de que a prisão preventiva nesse caso é arbitrária e que seu cliente seria a única pessoa presa no país pelo crime de insider trading.
LEIA TAMBÉM » Silêncio de Funaro com aval de Temer custava até R$ 600 mil mensais a Joesley, diz Janot » Defesa de Joesley e Wesley pede habeas corpus » PF prende Wesley Batista, irmão de Joesley e sócio do grupo JBS Joesley Batista chegou por volta das 15h30 à Justiça Federal, onde foi ouvido em audiência de custódia.
A audiência começou as 16h30 e durou cerca de meia hora, e se refere à investigação dos irmãos Batista no processo que apura o uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro.
A audiência de custódia não trata do processo em si, mas do ato de prisão, de que forma ela se deu.
Durante a audiência, Joesley disse que não sofreu maus tratos durante a prisão e reafirmou inocência.
Segundo o empresário, a empresa vendeu ações no mercado no dia após a divulgação dos áudios contra Temer “como faz naturalmente”. “Vendi porque precisava de caixa”, explicou, negando que a intenção tenha sido obter lucro.
Habeas corpus negado O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), em São Paulo, negou também nesta sexta-feira (15) os pedidos de habeas corpus impetrados pelos advogados de defesa de Wesley Batista e Joesley Batista.
O pedido de habeas corpus se refere à investigação dos irmãos no processo que apura se eles teriam usado informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro. » Joesley diz que tentou barrar Lava Jato com políticos » Defesa Joesley e Saud diz que eles não mentiram nem omitiram » Joesley e Saud se entregam à PF em São Paulo A transferência foi feita por ordem do juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal de São Paulo, referente à Operação Tendão de Aquiles, que investiga a venda de ações de emissão da JBS S/A na Bolsa de Valores e à compra de contratos futuros e a termo de dólar no mercado financeiro.
As transações foram feitas em abril e maio, antes da divulgação dos áudios de conversas de Joesley Batista com o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, que levaram a denúncias contra ambos.
Em nota, os advogados de Joesley e Wesley Batista disseram que vão recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda hoje. “A própria decisão reconhece a ausência de fato novo apto a justificar a prisão.
A inexistência de qualquer outro preso preventivo no Brasil pela acusação de insider trading revela uma excepcionalidade no mínimo curiosa”, argumenta a defesa.