Estadão Conteúdo - A Polícia Federal prendeu preventivamente nesta quarta-feira (13), em São Paulo, o empresário Wesley Batista na Operação Acerto de Contas, 2ª fase da Tendão de Aquiles.
Há uma ordem de prisão contra o empresário Joesley Batista, irmão de Wesley, donos da J&F.
Joesley já está preso temporariamente, por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), desde domingo (10), por suspeita de violação de sua delação premiada.
LEIA TAMBÉM » PF prende Wesley Batista, irmão de Joesley e sócio do grupo JBS » Joesley e Saud se entregam à PF em São Paulo » Fachin decreta prisão de Joesley e Ricardo Saud Os executivos são investigados na Tendão de Aquiles em inquérito sobre manipulação do mercado financeiro, referente ao suposto lucro obtido com a venda de dólares às vésperas da divulgação da delação premiada dos executivos da J&F.
No pedido de prisão da Polícia Federal diz que “há provas que os irmãos agiram pessoalmente para manipular ações do grupo no mercado”.
A PF cumpriu também nesta quarta-feira dois mandados de busca e apreensão.
Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo a pedido da PF como decorrência dos fatos investigados desde que teve início o inquérito policial nº 120/2017, conhecido como operação Tendão de Aquiles - que investiga o uso indevido de informações privilegiadas em transações no mercado financeiro ocorridas entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado por ambos os presos e a Procuradoria-Geral da República (PGR). » Até o fim, Joesley acreditou que escaparia ileso » Joesley Batista nega ter sido orientado a gravar Temer A 1ª fase foi deflagrada em 9 de junho quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva.
A investigação apura dois eventos.
O primeiro é a realização de ordens de venda de ações de emissão da JBS S/A na Bolsa de Valores, entre 24 de abril e 17 de maio, por sua controladora, a empresa FB Participações S/A e a compra dessas ações, em mercado, por parte da empresa JBS S/A, manipulando o mercado e fazendo com que seus acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital fechado, teria sofrido sozinha.
O segundo evento investigado é a intensa compra de contratos de derivativos de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS S/A, em desacordo com a movimentação usual da empresa, gerando ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após o dia 17.
Em nota, a PF informou que após a deflagração da primeira fase da operação, com intensa cooperação institucional com a Comissão de Valores Mobiliários, “policiais federais analisaram documentos, ouviram pessoas e realizaram perícias, trazendo aos autos elementos de prova que indicam o cometimento de crimes e apontam autoria aos dois dirigentes das mencionadas empresas”. » Supremo e PGR indicam rever acordo da JBS » Defesa Joesley e Saud diz que eles não mentiram nem omitiram Os investigados poderão ser responsabilizados pelo crime previsto no artigo 27-D da Lei 6.385/76, com penas de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.
Defesa “É injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à disposição da justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos.
O Estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça”, disse o advogado Pierpaolo Bottini, que defende os irmãos Batista.