Por Fernando Holanda, para o Blog de Jamildo Parece que os políticos perderam completamente a capacidade de representar as pessoas. É como se tivessem se esquecido de agir em sintonia com as demandas da sociedade.
Ou fossem acometidos por uma grave esquizofrenia. É que em meio a graves denúncias de corrupção - com milhões encontrados em malas, mega empresários presos e presidente e ex-presidentes denunciados - essas pessoas continuam com suas agendas personalíssimas, na busca desenfreada por atender seus projetos de poder a qualquer custo.
Temer, às vésperas de ser denunciado novamente por crime de corrupção passiva, persegue o Procurador Geral da República.
Lula, já condenado em primeira instância, acena efusivamente para militantes antes de prestar mais um depoimento à Justiça.
E seus respectivos correligionários seguem lhes fazendo uma defesa efusiva, desqualificando toda e qualquer prova que contrarie suas crenças.
Em Pernambuco não é diferente.
Em meio à evidente crise na segurança pública no estado, caciques partidários arengam por suas legendas.
Acusam-se de traidores, especulam nomes para as próximas eleições.
Fazem uma defesa feroz de suas ideologias como se nunca a houvessem deixado de lado por pura conveniência eleitoral.
E reduzem o debate político ao eleitoreiro.
Não falam em alternativas para os problemas do estado, somente em alternância ou continuidade no poder.
Em Brasília, os congressistas agem para blindar o falido sistema que lhes levou até ali.
Insistem em votar uma reforma política cujos únicos privilegiados são eles mesmos.
Defendem com unhas e dentes um sistema eleitoral pitoresco, utilizado somente em países como a Jordânia e o Afeganistão.
Na Esplanada dos Ministérios, um grupo recém-batizado de “quadrilhão” segue dando as cartas.
Seus integrantes hoje ocupam os cargos de ministros e prisioneiros.
Mas seguem articulam reformas, ajustes e decretos presidenciais.
Dentre eles o suspeitíssimo Decreto dos Portos e aquele estapafúrdio que extingue uma reserva ambiental na Amazônia.
De quanto tempo os políticos precisam para entender que as coisas precisam mudar?
Que trocar a sopa de letrinhas por nomenclaturas modernosas não vai resgatar a credibilidade dos partidos?
Que o Brasil não aguenta mais a falta de efetividade, a corrupção e tanta gente advogando em causa própria? Àqueles homens e mulheres que participam ativamente da vida política do país, sugiro: acordem.
Esqueçam os melindres intra-partidários.
Procurem se reconectar verdadeiramente com o povo.
As coisas, de fato, mudaram.
Basta por a cabeça para fora do gabinete.
Não insistam em trocar a política pela politicagem.
Mas, principalmente àqueles que já não aguentam mais tanta frustração, recomendo a ação.
Procurem redes e movimentos vinculados ou não à política representativa.
Há boas iniciativas surgindo nos quatro cantos do Brasil.
Fora desse beco sem saída que é a polarização, há muito o que fazer.
A renovação que tanto esperamos na política do Brasil depende do que fazemos por ela.