O ex-prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, pai de Betinho Gomes, foi relegado no partido, não chegando a assumir o comando da legenda, como especulado no passado.

O movimento pode ser uma manobra para garantir espaço para o ex-prefeito na chapa ou mesmo fora dela, caso busque um cargo proporcional.

Em conjunto com lideranças e militantes de vários segmentos do PSDB, o deputado federal Betinho Gomes apresentou um manifesto político em defesa da ‘democracia interna do partido’.

O documento cobra o resgate do debate entre os principais líderes e as suas bases políticas e sociais. “Fugindo, assim, das decisões artificiais de grupos dominantes, que se imaginam detentores da burocracia partidária. “O PSDB de Pernambuco precisa de mais democracia interna e tem o dever de ouvir os seus militantes”, destaca o manifesto tucano.

No documento, o grupo também defende que a legenda ocupe uma posição de protagonismo nas eleições de 2018. “Está na hora de o PSDB apresentar aos pernambucanos uma opção para assumir o governo do Estado.

Pernambuco não precisa ficar refém das velhas soluções políticas, dos mesmos grupos que se alternam no poder.

Por isso, é preciso mudar”, ressalta o texto. “A legenda tem o dever de oferecer um nome que represente um pensamento novo, fora da mesmice política, com energia e capacidade criativa de liderar o Estado”.

De acordo com o deputado Betinho Gomes, o objetivo do encontro seria provocar um debate que ainda não aconteceu dentro da sigla. “É uma tese que está sendo lançada neste momento, e não se encerra aqui.

A ideia está sendo semeada e nós queremos que a partir dos congressos municipais e do congresso estadual do PSDB, esses assuntos sejam tratados.

Como diz o manifesto, num cenário em que as lideranças estaduais ainda estão em formação, o PSDB precisa ser mais ousado, precisa mostrar sua capacidade de liderar um projeto em favor de mudanças para Pernambuco.

Nós já apoiamos muitos projetos no Estado.

Está na hora de o PSDB ser ponta de lança de um projeto maior”, defende o tucano, ressaltando que outras legendas já entram no debate colocando seus desejos “e o partido não pode entrar rendido nesse debate”.

Betinho defende que o manifesto ganhe o Estado para que as forças políticas mais distantes também possam ser ouvidas nas decisões da legenda. “Está muito claro que as decisões de cúpula, embora tenham sua relevância e importância, nem sempre são o melhor caminho.

Queremos que nasça um processo que venha da base do partido, que mobilize os municípios mais distantes, que não são escutados pela executiva estadual por não haver esse espaço de debate interno.

Estamos dando um pontapé inicial neste movimento e esperamos que ele seja tratado no congresso estadual”, afirma o parlamentar.