A defesa do empresário Joesley Batista e do executivo da JBS Ricardo Saud confirmou, em nota divulgada neste domingo (10), que os dois se entregaram à Polícia Federal em São Paulo.
O texto ainda afirma que eles “não mentiram nem omitiram informações no processo que levou ao acordo de colaboração premiada e que estão cumprindo o acordo”. “Em todos os processos de colaboração, os colaboradores entregam os anexos e as provas à Procuradoria e depois são chamados a depor.
Nesse caso, Joesley Batista e Ricardo Saud ainda não foram ouvidos”, afirma ainda a defesa.
LEIA TAMBÉM » Joesley e Saud se entregam à PF em São Paulo » Joesley e Saud querem evitar PF em casa e negociam se entregar » Fachin decreta prisão de Joesley e Ricardo Saud “No dia 31 de agosto, cumprindo o prazo do acordo, além dos áudios, foi entregue uma série de anexos complementares, e os dois colaboradores ainda estão à espera de serem chamados para serem ouvidos.
O empresário e o executivo enfatizam a robustez de sua colaboração e seguem, com interesse total e absoluto, dispostos a contribuir com a Justiça.” » Janot pede prisão de Joesley, Saud e ex-procurador Marcelo Miller » Joesley nega atuação de ex-procurador para fazer delação » Joesley Batista nega ter sido orientado a gravar Temer Atendendo ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decretou a prisão temporária deles, por cinco dias.
A decisão foi da última sexta-feira (8), o mesmo dia em que o pedido foi protocolado, mas só veio a público neste domingo (10), quando Fachin retirou o sigilo sobre o documento após a divulgação pela imprensa.
Joesley e Saud são suspeitos de esconder do Ministério Público fatos criminosos que deveriam ter sido contados nos depoimentos.
A conclusão de que os delatores omitiram informações passou a ser investigada pela PGR na segunda-feira (4), a partir de gravações entregues pelos próprios delatores como forma de complementação do acordo. » ‘O Janot sabe tudo.
A turma já falou para o Janot’, disse Joesley » Janot diz que viveu um dos dias mais tensos no cargo com JBS » Janot pedirá anulação de imunidade no caso da JBS “Percebe-se pelos elementos de convicção trazidos aos autos que a omissão por parte dos colaboradores quando da celebração do acordo, diz respeito ao, em princípio, ilegal aconselhamento que vinham recebendo do então Procurador da República Marcello Miller”, diz Fachin na decisão. “Tal atitude permite concluir que, em liberdade, os colaboradores encontrarão os mesmos estímulos voltados a ocultar parte dos elementos probatórios, os quais se comprometeram a entregar às autoridades em troca de sanções premiais, mas cuja entrega ocorreu, ao que tudo indica, de forma parcial e seletiva.
Dessa forma, como requerido pelo PGR, resta presente a indispensabilidade da prisão temporária pretendida, a qual não encontra em outras cautelares penais alternativas a mesma eficácia.” Fachin apontou que há indícios de que os três - Joesley, Saud e Miller - atuaram para obstruir as investigações, mas não há elementos para comprovar que o ex-procurador atuou em organização criminosa com os delatores da JBS.
Leia a decisão de Fachin sobre Joesley, Saud e Miller Fachin diz que não há elementos para prender Marcello Miller from Portal NE10