No pedido que levou à prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, em Salvador, nesta sexta-feira (8), os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) argumentam que foram descobertos R$ 51 milhões em espécies em um apartamento, dentro de plásticos que tinham impressões digitais dele.

Acusando Geddel de lavagem e ocultação de ativos e lembrando as citações ao nome do ex-ministro em outras operações (Lava Jato, Sépsis e Greenfield), eles afirmam que o peemedebista se adequaria à figura de criminoso em série que “faz de uma dada espécie de crime sua própria carreira profissional”.

Ao deferir o pedido de prisão preventiva para o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara em Brasília, apontou que o recolhimento domiciliar era “completamente ineficaz” no momento.

Em julho, Geddel foi liberado para cumprir prisão domiciliar por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Ele estava sem a tornozeleira eletrônica.

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A intenção com as prisões preventivas é avançar na apuração sobre os desvios de recursos em vice-presidências da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013.

Os investigadores suspeitam que o dinheiro encontrado no “bunker” de Geddel esteja relacionado à propina recebida pelo peemedebista para liberar financiamentos e empréstimos da Caixa a grandes empresas. “Embora Geddel Lima esteja atualmente recolhido em domicílio por decisão do TRF1, é imprescindível a decretação de prisão preventiva, uma vez que os novos fatos demonstram que estariam em curso condutas ilícitas ainda não apuradas, como a lavagem e ocultação de ativos (crime permanente) no valor de quase 50 milhões de reais, que teriam sido recebidos por ele por meio dos serviços do operador financeiro Lucio Funaro, e de valores milionários em espécie em moeda estrangeira, que também apontam para a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional”, afirma o documento.

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