Com informações da Folha de S.Paulo Durou mais de duas horas o depoimento do executivo Joesley Batista, sócio majoritário da J&F, controladora da JBS, à Procuradoria­ Geral da República, nesta quinta-feira (7), em Brasília.

Depois da polêmica do áudio divulgado esta semana, Joesley afirmou que não recebeu orientações do ex-­procurador Marcello Miller para negociar um acordo de delação premiada, nem para gravar o presidente Michel Temer no encontro no Palácio do Jaburu.

Além de Joesley, foram ouvidos Ricardo Saud, diretor e lobista do grupo, e o executivo e advogado da empresa Francisco de Assis e Silva.

O objetivo foi esclarecer o polêmico áudio que entregaram à Procuradoria.

Na segunda-feira (4), o procurador-geral abriu procedimento de revisão do acordo de delação dos executivos após analisar uma gravação em que Joesley fala sobre a orientação de Marcelo Miller, ex-procurador que atuou na Operação Lava Jato, para que fosse celebrado o acordo com a Procuradoria-Geral da República.

Miller deve ser ouvido por Janot nesta sexta-feira (8).

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A turma já falou para o Janot’, disse Joesley » Gravações indicam que delatores da JBS usariam Cardozo contra STF Por causa dessa gravação, de 17 de março e com quase quatro horas de duração, Janot anunciou abertura de investigação para apurar omissão de informações e revisar os benefícios concedidos aos três delatores, incluindo a imunidade penal.

No depoimento desta quinta-feira, os delatores argumentaram que apenas consultaram Miller em linhas gerais sobre o processo de delação e que acreditavam que ele já havia saído da PGR.

O ex­-procurador pediu o desligamento do Ministério Público Federal no dia 23 de fevereiro, mas a saída foi oficializada no dia 5 de abril.

Depois que a PGR encaminhar ao Supremo sua avaliação sobre o que deve ser feito com o acordo, o ministro Edson Fachin terá que decidir se analisa o caso sozinho ou leva para debate em plenário.

No caso JBS e em outras polêmicas no curso da Lava Jato, a opção do ministro tem sido por compartilhar com o colegiado o tema para que o plenário dê a palavra final.

A avaliação do ministro é de que uma decisão do plenário confere maior segurança jurídica à discussão, considerando que é recente o uso de delações premiadas e o debate sobre o instrumento no Supremo.

Por isso, integrantes do Tribunal avaliam que Fachin deve levar o caso ao STF.