Estadão Conteúdo - A Polícia Federal encontrou impressões digitais do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) no apartamento em Salvador onde foram apreendidos R$ 51 milhões em espécie, montante atribuído ao peemedebista.
As impressões foram identificadas em malas e caixas onde estavam estocadas as cédulas, segundo a TV Globo.
Nessa quarta-feira (6), o proprietário do apartamento admitiu ter emprestado o imóvel a Geddel.
O empresário Silvio Silveira, porém, disse à Polícia Federal que “não sabia” que o local era utilizado para que o peemedebista guardasse dinheiro.
LEIA TAMBÉM » PF contabiliza R$ 51 milhões no ‘bunker de Geddel’ » Telefonema avisou PF sobre ‘bunker’ do dinheiro de Geddel Vieira Lima » PF acha caixas e malas de dinheiro em bunker de Geddel Nessa terça-feira (5), a PF fez buscas no endereço, apontado pelos investigadores como sendo um “bunker” usado pelo ex-ministro dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer, e localizou os R$ 51 milhões.
A conferência indicou R$ 42,6 milhões e US$ 2,68 milhões em cédulas (mais informações nesta página).
Silveira apresentou-se ontem à PF e contou que Geddel pediu o apartamento para estocar “pertences do pai”, que morreu em janeiro de 2016. “A informação é que esse apartamento foi cedido para supostamente guardar pertences do pai do ex-ministro Geddel.
Mas quando fomos lá deparamos com dinheiro.
Teria sido uma desculpa que ele usou para colocar o dinheiro lá.
A nossa função foi cumprir essa busca.
No levantamento verificamos esse possível esconderijo”, disse o delegado Daniel Justo Madruga, superintendente regional da PF na Bahia. » ‘Que República é essa?’, diz Calero, sobre dinheiro supostamente de Geddel » Geddel Vieira Lima vira réu por obstrução de Justiça » Juiz proíbe Geddel de sair de apartamento para malhar e tomar banho de sol De acordo com o delegado, os agentes da PF ficaram “surpresos” com a descoberta do volume de dinheiro no apartamento, localizado no bairro da Graça, em Salvador. “Foi pedido um mandado de busca em Brasília e nós demos cumprimento.
Os policiais ficaram surpresos.
Esperavam encontrar documentos e se depararam com caixas e caixas e malas de dinheiro”, disse o Madruga.
Geddel ainda não se manifestou sobre a origem do dinheiro a ele atribuído.
O ex-ministro está em prisão domiciliar sem tornozeleira eletrônica.
Ele foi preso em 3 de julho e mandado para casa em 12 de julho.
Cui Bono?
O cumprimento de mandado de busca e apreensão foi desdobramento da Operação Cui Bono?, deflagrada em janeiro, que investiga a ocorrência de fraudes em liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal.
Batizada de Tesouro Perdido, a ação foi autorizada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal de Brasília.
Ao autorizar a operação, o juiz disse que Geddel “estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos”.