A Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), instalada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), aprovou nessa quarta-feira (6) que os deputados elaborem uma ação popular contra a privatização da empresa, englobada pela Eletrobras.

Eles vão pedir à Justiça que a venda proposta pelo Ministério de Minas e Energia não avance até que haja mais discussões sobre o assunto.

O documento, segundo os parlamentares, será elaborado na próxima semana pela assessoria jurídica de cada um deles.

A frente na Câmara dos Deputados foi à própria pasta pedir que ela recuasse. “Não podemos permitir que o governo federal venda um patrimônio de todos os brasileiros sem a devida explicação e transparência”, afirmou o deputado estadual Lucas Ramos (PSB), presidente da frente na Assembleia. “Isso está sendo discutido de forma muito célere, para nossa desagradável surpresa. “Precisamos paralisar esse processo até que haja transparência de verdade no caso.” LEIA TAMBÉM » Contra privatização, governadores do Nordeste propõem desvincular a Chesf da Eletrobras » Frente vai pedir a ministério para recuar em privatização da Chesf » Desafeto da família Coelho assume frente ‘em defesa da Chesf’ na Assembleia A privatização da Eletrobras é prevista pelo ministro Fernando Filho - desafeto político de Ramos - ainda no primeiro semestre de 2018, antes do período eleitoral.

Essa semana, os governadores do Nordeste entregaram uma carta ao presidente Michel Temer (PMDB) pedindo que a Chesf fosse separada da estatal e passasse a ser vinculada ao Ministério da Integração Nacional, para que não fosse privatizada.

A carta foi articulada pelo governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB.

Apesar de continuar no PSB aguardando a janela partidária - quando poderá se desfiliar e não perder o mandato na Câmara -, Fernando Filho já adiantou que vai para o PMDB, seguindo os passos do pai, Fernando Bezerra Coelho, que migrou nessa quarta-feira (6) e virou vice-líder do governo no Senado.

A família negociou o comando do partido em Pernambuco e uma pré-candidatura ao governo, podendo levar a sigla, que hoje é a principal aliada dos socialistas, para a oposição a Paulo Câmara.