O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), abriu vista para o procurador geral da República, Rodrigo Janot, se manifestar sobre pedido do empresário pernambucano Aldo Guedes, para continuar a ser investigado pelo STF no Inquérito 4593.
Fachin determinou o desmembramento desta investigação, acatando pedido do MPF para mandar Aldo Guedes ser investigado pela primeira instância na Justiça Federal em Pernambuco.
Em Brasília, no STF, continuariam as investigações apenas sobre o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB).
Este inquérito investiga fatos narrados em delação premiada, por executivos da Odebrecht, nos Termos de Depoimento de Carlos Fernando do Vale Angeiras e João Antônio Pacífico Ferreira.
Segundo o MPF, os colaboradores afirmaram que, entre os anos de 2008 e 2010, durante a execução das obras do Cais V e do Píer Petroleiro, o senador Fernando Bezerra Coelho e o então governador Eduardo Campos (PSB), teriam sido supostamente beneficiados pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez, como contrapartidas ao suposto direcionamento das licitações.
Aldo Guedes foi mencionado como tendo participação nos fatos, daí estar originalmente neste Inquérito.
O advogado de Aldo Guedes se insurgiu contra esta decisão de Fachin, dizendo que Aldo Guedes deveria continuar sendo investigado pelo STF, em conjunto com o senador Fernando Bezerra Coelho.
Na ação, segundo o advogado Ademar Rigueira, que assinou o recurso, Janot está sendo contraditório, pois no Inquérito 4005 manteve Aldo Guedes como investigado no STF, tendo até já oferecido denúncia criminal em conjunto com Fernando Bezerra Coelho, por fatos semelhantes.
Em despacho de 4 de setembro, Edson Fachin deu cinco dias para Rodrigo Janot dar um parecer sobre o recurso de Aldo Guedes.
O Blog obteve o despacho com pessoas ligadas ao processo, pois não está publicado no site do STF.
Os autos foram enviados para Janot nesta terça-feira (5).
Veja a íntegra do recurso de Aldo Guedes contra decisão de Fachin: Documento apresentado ao STF