Estadão Conteúdo - O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu apelar ao procurador-geral da República Rodrigo Janot contra Joesley Batista, por quem alega ter sido ofendido.

Depois que o Palácio do Planalto emitiu nota na sexta-feira (1º), dizendo que o dono da JBS é “grampeador-geral da República”, o empresário também divulgou texto em que chamou Temer de “ladrão-geral da República” e, ainda, que o presidente “envergonha” todos os brasileiros. “Estou indignado”, declarou nesta segunda-feira (4) o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor do presidente. “Vamos tomar providências imediatamente, primeiro junto ao procurador-geral que não pode permitir que um homem subjudice saia ofendendo não só a pessoa física do presidente como a própria instituição da República. É mais um acinte à Justiça.” LEIA TAMBÉM » Joesley Batista chama Temer de ‘ladrão-geral da República’ » JBS entrega novas gravações de Joesley à Procuradoria » Joesley diz que financiamento do BNDES gerou propina a Mantega e Vaccari “Esse homem (Joesley) já recebeu vergonhosos benefícios e está agora tendo garantias para falar o que quer, de quem quer, a hora que quer.

Também vamos peticionar ao ministro Edson Fachin (relator do caso JBS no Supremo Tribunal Federal), que homologou a delação, para que tome medidas.” Temer está em viagem oficial à China.

O advogado disse que aguarda apenas a chegada do presidente, prevista para quarta (6) para protocolar ofício no gabinete de Janot. “O procurador-geral não pode permitir, tem que tomar providências contra um delator que extrapola completamente os limites da sua ação como colaborador de Justiça e parte para ofensas pessoais contra o presidente.” » Joesley escondeu crimes em delação, afirma MPF » Maia: eventual denúncia contra Temer será analisada com respeito e rapidamente » PMDB diz ao TSE que processo ameaça ‘agenda positiva’ de Temer “Eu entendo que o procurador tem que tomar providências de ofício para punir (Joesley) e proibir qualquer manifestação dele a respeito de terceiros.

A menos que o colaborador esteja falando nos autos.

Mesmo nos autos ele não pode fazer ofensas.

Tem que exercer o seu papel de informante, o qual ele está extrapolando atingindo o presidente da República.” Na avaliação de Mariz, “o grau de impunidade do empresário não pode ser aumentado, não pode atingir níveis maiores que os já alcançados”. “Trata-se de colaborador que se tornou verdadeiro agraciado por uma indulgência plena, impunidade nunca vista na história da República e que agora se sente absolutamente confortável para ofender o presidente da República.”