Por Julio Lossio, especial para o Blog de Jamildo Recentemente, temos ouvido muita discussão acerca da integração do Rio Tocantins ao Rio São Francisco.
Uma ideia antiga, mas que toma força novamente em virtude do grande sofrimento hídrico do Rio São Francisco.
Certamente, o momento permite uma reflexão ainda mais abrangente da situação hídrica do país.
O Brasil possui cerca de 2,5% da população mundial e cerca de 12% de toda a água potável do mundo.
Esse dado por si só já demonstra que cabe uma melhor redistribuição de nosso potencial hídrico.
Antes, porém, façamos um breve comentário acerca do sistema elétrico brasileiro.
Sudeste e Nordeste concentram quase 70% da população brasileira, ou seja, Sudeste e Nordeste concentram o grande potencial de consumo energético do nosso País.
Nossa principal matriz energética é formada por usinas hidrelétricas que estão concentradas geograficamente nas regiões Norte e Centro-oeste, principalmente.
Ao longo dos anos, o Brasil criou uma sofisticada e inteligente rede integrada de distribuição de energia que permite que a energia produzida em qualquer parte do país possa abastecer outras regiões, o que traz segurança energética aos consumidores, independentemente de onde estes estejam.
Partindo desse pressuposto e, sobretudo, de algo que concretamente existe, podemos falar em distribuição hídrica.
O Brasil possui oito grandes bacias hidrográficas: Bacia Amazônica, Bacia do Araguaia-Tocantins, Bacia do Rio Paraíba, Bacia do Rio São Francisco, Bacia do Paraná, Bacia do Rio Paraguai, Bacia do Rio Paraíba do Sul e Bacia do Rio Uruguai.
Precisamos, a exemplo da integração do sistema elétrico, construir um grande pacto federativo para a integração de nossas bacias hidrográficas para a garantia de abastecimento hídrico para todas as regiões.fefelip