O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta sexta-feira (1º) políticos do Partido Progressista por organização criminosa devido ao esquema na Petrobras, segundo o jornal O Estado de S.
Paulo.
Trinta integrantes do PP eram alvos da ação, mas os nomes dos acusados por Janot não foram divulgados porque o caso está sob sigilo por ter informações da delação do ex-deputado federal pernambucano Pedro Correa.
Entre os investigados inicialmente estavam o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), que, segundo o Estadão, é um dos denunciados.
Outros casos entre os 30 iniciais, porém, foram arquivados por ausência de provas.
A apuração é a mesma aberta em 2015 também contra o PT e o PMDB, para apurar o núcleo político da Operação Lava Jato, mas foi desmembrada no ano passado, a pedido do próprio Janot.
Ao pedir para fatiar, o procurador-geral afirmou que os políticos usaram os partidos para “perpetração de práticas espúrias”. “Alguns membros de determinadas agremiações se organizaram internamente, utilizando-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para perpetração de práticas espúrias.
Nesse aspecto, há verticalização da organização criminosa.
Noutro giro, a horizontalização é aferida pela articulação existente entre alguns membros de agremiações diversas, adotando o mesmo modus operandi e dividindo as fontes de desvio e arrecadação ilícita”, escreveu no ano passado.
O PP tem a quarta maior bancada na Câmara, atrás do PMDB e do PT, outros partidos investigados, e do PSDB.
No caso do PMDB, entre os alvos estão o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (AL) e o presidente do partido, Romero Jucá (RR).
Janot tentou incluir o presidente Michel Temer, além dos seus aliados Eliseu Padilha e Moreira Franco, mas foi impedido pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo.
As investigações foram iniciadas por causa das delações dos primeiros colaboradores, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.
Com novos acordos fechados pelo Ministério Público Federal (MPF), outras informações foram anexadas, como foi o caso da Odebrecht.