O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), o deputado Danilo Cabral (PSB), anunciou nesta sexta-feira (1º), que vai oficializar na próxima segunda-feira (4) um pedido ao Ministério de Minas e Energia para que suspenda a privatização da companhia, incluída na Eletrobras.
O parlamentar cobra mais diálogo antes que a venda seja concretizada.
O socialista, que é correligionário do ministro Fernando Filho - ao menos enquanto ele não define se ficará ou não no partido -, se reuniu mais cedo, no Recife, com o diretor-presidente do órgão, Sinval Zaidan.
LEIA TAMBÉM » Fernando Filho diz que comprador da Eletrobras será obrigado a preservar São Francisco por 30 anos » Privatização da Chesf será debatida em audiência na Alepe » Fernando Filho pretende privatizar Eletrobras até o primeiro semestre de 2018 Cabral cobrou de Fernando Filho um recuo em relação à venda da Chesf.
Para ele, a posição do ministro deveria ser semelhante ao caso da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, em que o governo federal cedeu à pressão de ambientalistas e celebridades e afirmou que vai editar um novo decreto explicando a extinção da área de proteção, além de ter sido proibido pela Justiça, em primeira instância, de acabar com a reserva. “Da mesma forma e também em função da soberania nacional, é importante que o governo dê o mesmo tratamento ao setor energético”, afirmou o deputado. » Deputado acusa governo Temer de vender Eletrobras por ‘incapacidade’ » Chineses, fundos e europeias na lista de candidatos à compra da Eletrobras » Privatização da Eletrobras divide governistas e oposição na Câmara O deputado foi com outros parlamentares da frente, como o também socialista Tadeu Alencar e a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, para reforçar o argumento de que a decisão de desestatizar a Chesf afeta também o rio São Francisco.
A alegação foi adotada pelo ex-governador Miguel Arraes, ex-presidente do PSB, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) propôs a venda da companhia.
Cabral enfatizou ainda que simulações feitas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontaram que a privatização da Eletrobras pode levar a um aumento nas tarifas.
Para os consumidores residenciais, segundo a agência reguladora, o acréscimo pode chegar a 10%.