A vazão mínima do reservatório de Xingó, entre Sergipe e Alagoas, será reduzida nesta quinta-feira (31), às 8h, de 600 metros cúbicos por segundo para 580 metros cúbicos por segundo.
A diminuição é para preservar os estoques de água dos reservatórios da bacia do rio São Francisco até o fim do período de seca, em dezembro.
O mínimo adotado em situações de normalidade até 2013 era de 1,3 mil metros cúbicos por segundo.
Xingó não é o único que vem reduzindo o volume de água liberada.
Uma resolução da Agência Nacional de Águas (ANA) de 18 de julho permitiu que o mínimo nesse reservatório e em Sobradinho, entre Bahia e Pernambuco, chegasse a uma média diária de 550 metros cúbicos por segundo.
Esse número é o menor já autorizado para ambos.
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Apesar disso, os dois vêm tendo diminuições graduais ao longo dos anos por causa da estiagem na região.
Com chuvas abaixo da média desde 2012, uma resolução publicada pela ANA no ano seguinte já baixou a vazão permitida de 1,3 mil metros cúbicos por segundo para 1,1 mil metros cúbicos por segundo.
Em abril de 2015, passou para mil metros cúbicos por segundo.
Em junho do mesmo ano, foi a 900 metros cúbicos por segundo. » Alckmin empresta motobombas para água do São Francisco chegar a Fortaleza » Técnicos da Chesf agora querem operar transposição do São Francisco e perímetros irrigados » Um ano depois, obras são retomadas no eixo norte da transposição O volume autorizado ficou em 800 metros cúbicos por segundo de janeiro a outubro do ano passado, quando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) liberou à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) testes com 700 metros cúbicos por segundo até abril.
O número ficou em 600 metros cúbicos por segundo por três meses.
De acordo com a ANA, a vazão média de Sobradinho em agosto foi de 616 metros cúbicos por segundo.
Em Xingó foi de 603 metros cúbicos por segundo.
Nessa quarta-feira (29), o volume útil da bacia do São Francisco era de 12,03% do total.
Na mesma data do ano passado o armazenamento era de 19,64%. » População espera transposição, mas cobrança por consumo aflige » Paulo Câmara aceita divisão de custos da transposição e promete isentar mais pobres » Maia assina ordem de serviço de trecho da transposição parado há um ano Por causa da seca, a ANA proibiu de julho até o fim de novembro, período que pode ser prorrogado de acordo com o período de estiagem, a captação de água do rio São Francisco por empresas nas quartas-feiras.
Nesses dias, a água do Velho Chico só poderá ser retirada para consumo humano e animal.
Discute-se também uma sugestão de usar o rio Tocantins para revitalizar o São Francisco, em uma obra que seria semelhante à transposição, mas em menores proporções.
A ideia ainda é tratada pela pasta de Integração Nacional como incipiente e, segundo o ministro Helder Barbalho, esbarra nos custos de manutenção, que poderiam chegar a R$ 500 milhões por ano, sendo R$ 300 milhões só com energia para bombear a água até a Bahia.