A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF-RN) deflagraram na manhã desta quarta-feira (30) uma operação, cujo alvo é um grupo que articularia a compra e venda de votos de magistrados membros de um turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).
A Operação Alcmeón cumpre mandados nas cidades de Natal, Mossoró (RN) e no Recife.
No Recife, foi cumprido um mandado de condução coercitiva de um desembargador aposentado de 58 anos, morador do bairro de Boa Viagem, Zona Sul.
Ele foi indiciado pelo crime de corrupção ativa.
Depois de ser ouvido no início da manhã, na sede da PF em Pernambuco, ele foi liberado e responderá ao inquérito em liberdade.
Foram expedidos dois mandados de prisão preventiva, oito mandados de condução coercitiva e 13 mandados de busca e apreensão.
Ao todo, 70 policiais federais trabalham na operação, cujo nome vem de um personagem da mitologia grega que, que segundo a PF, está relacionado à traição e quebra de confiança.
O grupo alvo da operação seria formado por advogados e um ex-desembargador, que de acordo com as informações da PF, intermediariam a venda de votos em sentenças criminais para a libertação de presos, atenuantes de pena e liberação de bens apreendidos.
Em nota divulgada pela corporação, a PF ainda cita o caso de um ex-prefeito que teve a pena reduzida de 28 anos de prisão para dois anos e oito meses.
Segundo os investigadores, os principais beneficiados seriam políticos e o grupo teria atuado no caso investigado pela Operação Pecado Capital, que apontou desvios de recursos do Instituto de Pesos e Medidas no Rio Grande do Norte.
Também há indícios de “exploração de prestígio” em processos relacionados à Operação Lava Jato.
O esquema foi desvendado a partir de um acordo de delação premiada de um empresário do Rio Grande do Norte.
Segundo a PF, o acusado relatou que em pelo menos duas ocasiões teria conseguido benefícios do grupo.
Os envolvidos cobrariam cerca de R$ 350 mil pelo serviço.
Os alvos da Operação Alcmeón são acusados também de associação criminosa, confecção e uso de documentos falsificados e lavagem de dinheiro.
Com informações da Agência Brasil